É a segunda queda seguida no ano
O setor de serviços apresentou, em fevereiro, o segundo resultado negativo do ano. De acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a queda foi de 0,4% – acumulando para o setor em 2019 uma retração da ordem de 0,9%. O resultado de janeiro divulgado anteriormente (de queda de 0,3%) foi revisado pelo Instituto para 0,4% negativos.
Os dados colocam o patamar do volume de serviços prestados no país 11,4% abaixo do pico, em novembro de 2014. O volume do setor de serviços fechou 2018 com uma queda de 0,1%, o quarto ano de retração do setor.
Os desempenhos da produção industrial e do volume de vendas no varejo – dados também apurados pelo IBGE – se somam aos dos serviços para conferir que 2019 já começa com a economia em ruína. A indústria acumula, até fevereiro, uma queda de 0,2% e, o comércio varejista, que em janeiro teve desemprenho positivo de 0,4%, teve resultado nulo (0%) em fevereiro.
O setor de serviços agoniza ao mesmo tempo em que o desemprego cresce, atingindo 13,1 milhões de pessoas. O consumo dos serviços prestados às famílias cai, assim como a contratação de profissionais pelas empresas. São os resultados do receituário da política do novo governo, que tem como pilares o ajuste fiscal, o arrocho aos salários, ataque às aposentadorias e corte nos investimentos.
Famílias e serviços de transporte
Três das cinco atividades do setor de serviços pesquisadas registraram queda em fevereiro, com destaque para: transportes e serviços auxiliares (-2,6%), serviços prestados às famílias (-1,8%) e outros serviços (-3,8%) – que inclui a atividade imobiliária e serviços financeiros auxiliares.
“O setor de transportes foi o que liderou essa queda. Posso destacar quatro segmentos para tentar entender esse movimento de queda do setor na passagem de janeiro para fevereiro: transporte aéreo, concessionárias de rodovias, gestão de portos e terminais e transporte rodoviário de cargas”, destacou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa pelo IBGE.
Já os serviços prestados às famílias sofrem o impacto direto e imediato do arrocho salarial e do desemprego.
Por região, foram 22 resultados negativos de um total de 27 unidades federativas pesquisadas, com destaque para o Rio de Janeiro (-3,2%) e Distrito Federal (-4,5%).