“Vamos pressionar cada parlamentar no Congresso contra essa PEC”, afirmou o presidente da Cobap, Warley Martins
Chegou a hora da população brasileira declarar guerra total contra a tentativa desesperada do Governo em tentar enfiar goela abaixo a maldita Reforma da Previdência”, convocou Warley Martins, presidente da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap) frente à recente tentativa de Temer em adiantar para dia 6 de dezembro a votação da PEC do roubo à Previdência.
Representando os 32 milhões de aposentados e pensionistas filiados à Cobap, o líder dos aposentados organizou manifestações de rua, assembléias e audiências públicas no intuito de mostrar que essa reforma é desnecessária e os argumentos que a sustentam são mentirosos. Nesta semana Warley se reuniu com representantes das federações estaduais e associações filiadas para distribuir diversos materiais publicitários denunciando “os traidores do povo que ousarem votar contra os aposentados”.
Para a entidade, é hora de pressionar os parlamentares da Câmara e do Senado. “Enviem e-mails aos parlamentares em Brasília. Liguem em seus escritórios. Pressionem os políticos sem dó. O futuro das gerações vindouras está nas mãos de 513 deputados federais. Utilizem todas as ferramentas (…) não pode haver trégua. Vamos juntos vencer essa guerra. A verdade está do nosso lado”, conclamou o presidente da COBAP.
A entidade vem denunciando que as campanhas mais recentes do governo não passam de falácias, são mentirosas, além de ser um desvio de verba enorme somente para enganar a população – afinal, um governo que tanto se preocupa em “enxugar” os gastos não deveria gastar mais de R$ 100 milhões com propaganda (ver matéria na edição anterior).
Segundo Warley, a campanha publicitária mentirosa do governo não é o único absurdo. O governo também ignora completamente os resultados da CPI da Previdência, organizada no Senado Federal ao longo de vários meses para apurar a necessidade da reforma e os argumentos para realizá-la.
“Uma porção de especialistas e técnicos foram ouvidos, gente defendendo os dois lados, contra e a favor da reforma, e chegaram à conclusão de que o déficit que alardearam por aí não existe até 2015. O pouco que existiu foi fabricado pelo governo com essa crise em 2016, e há bilhões de reais que sonegaram de imposto que é devido à Previdência. Só a JBS deve, sozinha, R$ 2,39 bilhões e a quadrilha de Temer ainda tem a cara de pau de dizer que o aposentado que ganha um salário mínimo é o privilegiado”.
Para Warley, a pressão nos deputados e senadores cumpre um papel importante nessa próxima semana, uma vez que é de conhecimento geral que não se votam estes tipos de lei às vésperas de uma eleição. A reforma da Previdência aumenta para 40 anos o tempo de contribuição necessária para que o cidadão tenha direito à aposentadoria integral, e ainda impõe o limite da idade mínima de 65 anos para os homens, e 62 para as mulheres. Como se não bastasse, a aposentadoria por tempo de contribuição mínima, 15 anos, daria direito a apenas 50% dos vencimentos.
Tudo isso num país em que a maioria das pessoas tem dificuldade de comprovar 15 anos de contribuição, que é a regra atual para a aposentadoria por tempo de contribuição. Quem é que trabalha por 15 anos ininterruptamente, com carteira assinada, ainda mais nessa crise? Exigir 40 anos de contribuição é condenar o trabalhador a viver a velhice na miséria.
Vale lembrar também que hoje, sem a idade mínima, dois terços da população se aposenta recebendo apenas um salário mínimo. E é essa mesma população que vai às urnas no próximo ano. Ou seja, votar a favor dessa aberração de reforma é, na verdade, um “suicídio político”, como apontou a Cobap.
“Eles apertam, apertam, achando que tudo vai passar, que eles podem assaltar o povo desse jeito, mas vai chegar uma hora que o povo não vai mais agüentar. A coisa está muito feia, e nós não vamos esquecer (…) tudo que fizemos contra essa reforma foi importante, seja manifestações de ruas, panfletagens, pressão nos gabinetes, entrevistas ou simples postagens na internet. Mas agora é hora de intensificar essa guerra, reunir todas as forças e partir para o enfrentamento direto”, disse Warley.
Aposentadoria nunca foi deficitária, inclusive você paga duas vezes, uma na folha e outra no consumo do produto ou serviço, levando a um acréscimo de 5% sobre o seu recolhimento, este acréscimo não é contabilizado e representa uma perda de 9 anos na sua aposentadoria, você paga 25% ao INSS e recebe sobre 20% da contribuição
Só policial vai se aposentar nesta ditadura corrupta.