Os cinco maiores bancos do país, Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (CEF) encerraram o ano de 2018 com R$ 18,7 bilhões de bens retomados em garantia.
Cerca de 90% desses bens são imóveis, algo em torno de 16,9 bilhões, cujos tomadores dos empréstimos não conseguiram atravessar o “mar revolto” dos 13 milhões de desempregados, da precarização do trabalho, do subemprego, do desalento e da queda na renda.
As taxas de juros elevadas, especialmente onerosas para contratos com mais de 20 anos de prazo, dificultam bastante a quitação das prestações.
Em 2018, em relação a 2017, o estoque de imóveis retomados pelos bancos aumentou 32,3% e em relação a 2016 o aumento foi de 78%.
A política dos bancos é de executar o quanto antes os imóveis em garantia. Nessa condição, os bancos deixam de estar registrados como inadimplentes e passam à condição de proprietários dos imóveis.
Com isso, também garantem o repasse de multas, juros de mora, seguros, entre outros encargos que sobrecarregam os financiamentos. Vendem os imóveis a preços depreciados e frequentemente nada resta aos mutuários, nem para amortizar o que já pagaram de entrada e de prestações.
No ano passado, aumentou a retomada de imóveis do programa “Minha Casa, Minha Vida” administrado pela CEF. O estoque de imóveis da Caixa, encerrado 2018, soma um total de 62,9 mil, dos quais 29,5 mil, ou seja 47%, foram retomados pela banco só no ano passado.
O Banco do Brasil tinha ao final de 2018, mil e novecentos imóveis retomados, sendo 80% deles com origem na carteira do Minha Casa, Minha Vida.
Itaú, Bradesco e Santander não tiveram os números de imóveis retomados divulgados.
Fonte: Valor Econômico