O primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, participou ao lado do presidente do país, Michel Aoun, das solenidades do dia da Independência do Líbano, na quarta-feira.
A participação de Hariri no evento aconteceu depois de uma ingerência que levou o presidente a afirmar que Hariri estava em cativeiro na Arábia Saudita.
O premiê ficou 10 dias em silêncio na capital saudita, Riad, depois de ter anunciado sua renúncia desde lá e de ter afirmado que sofrera “ameaças de morte”.
O presidente Aoun atuou em conjunto com Hassan Nasrallah, líder do partido patriótico libanês, o Hezbollah e comandante da guerrilha na libertação do sul do Líbano da invasão israelense e na ajuda à Síria para expulsar os terroristas financiados pelos Estados Unidos e Arábia Saudita. Enfrentaram uma clara provocação com a finalidade de, em um primeiro momento, desestabilizar o governo libanês de coalizão e, depois, provocar um atrito que poderia degenerar em uma guerra Israel/Líbano com nova invasão como as de 1978 e 2006.
Aoun, denunciou, após 12 dias que “considerava o premiê detido na Arábia Saudita” e, além disso, declarou que não aceitava a renúncia de primeiro-ministro libanês formulada a partir de uma capital no exterior. Já Nasrallah, do Hezbollah, exigiu o livre retorno de Hariri ao Líbano e proclamou que mantê-lo forçadamente em Riad, era “uma declaração de guerra ao Líbano”.
Foram feitas vigílias na porta da residência de Hariri pedindo seu retorno.
Depois disso, uma gestão do presidente da França, Emmanuel Macron, acabou trazendo o premiê a Paris. De lá, Hariri viajou ao Cairo de onde partiu de volta a Beirute. Em declaração à imprensa, o premiê afirmou que suspendia a renúncia a pedido do presidente Aoun para que o debate sobre a unidade libanesa pudesse prosseguir.
“Apresentei minha renúncia ao presidente e ele me pediu que aguardasse. Respondi afirmativamente a seu pedido”, disse Hariri, que destacou que o gesto era um apoio “à estabilidade e arabismo do Líbano”.
Foi desmontada a armação saudita de desestabilização do Líbano e tentativa de sabotar a articulação libanesa e síria contra o terrorismo e de um leque de alianças livre do projeto imperialista, incluindo ações conjuntas Rússia e Irã e mais recentemente a Turquia.