
A ocupação israelense recusa-se a emitir vistos de permissão – que são obrigatórios para os palestinos transitarem na terra de seus ancestrais – a cristãos da Faixa de Gaza para sua ida a Jerusalém e Belém durante os dias sagrados da Páscoa.
Reportagens publicadas no jornal israelense Haaretz e no portal Middle East Monitor informam que o regime israelense permitiu a apenas 200 cristãos de Gaza, acima dos 55 anos, viajarem apenas para a Jordânia e não emitiu nenhum visto permitindo àqueles que desejam visitar a Igreja da Natividade em Belém ou à Igreja do Santo Sepulcro na Jerusalém ocupada de irem aos locais sacros.
A organização israelense, Gisha, denunciou a medida arbitrária da ocupação (ela mesma ilegal e condenada mundialmente).
“Esta é uma flagrante violação das liberdades de movimento, de prática religiosa e de encontro entre familiares imposta contra os cristãos de Gaza”, afirma declaração de Gisha, acrescentando que isso é mais um exemplo da “vasta política racista israelense”.
De acordo com o Haaretz, Gisha avalia que a medida faz parte do plano de aprofundar a divisão entre os palestinos de Gaza e da Cisjordânia.
INFORME SOBRE VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Um novo informe divulgado pela organização Monitor dos Direitos Humanos Euro-Mediterrâneos, no dia 22, traz uma série de denúncias de violações dos direitos humaos dos palestinos por parte das forças israelenses de ocupação da Jerusalém Oriental.
O detalhado informe, da organização dirigida por Richard Falk, que se define como “Americano Judeu” e que atuou de 2008 a 2014 como Repórter Especial da ONU para a Situação dos Direitos Humanos nos Territíorios Palestinos Ocupados desde 1967,
Expõe – além dos casos de proibições de viagens – razias a residências, demolições de casas, expulsões perpetrados durante o mês de março de 2019.
Entitulado “Estranhos em sua Terra: Violações dos Direitos Humanos na Cidade Santa”, o informe documenta a sistemática e deliberada escalada em políticas e práticas ilegais por parte dos que aplicam as normas draconianas da ocupação israelense contra os palestinos em Jerusalém.
O informe denuncia que as flagrantes violações se agravaram depois da decisão de Trump de transferor a embaixada norte-americana para Jerusalém. Tais ações, diz o informe, “buscam obliterar a identidade árabe, cristã e islâmica da Cidade Santa”.
São documentados casos em que Israel fechou deliberadamente centros de atividades políticas e sociais, assim como eventos programados para se realizar na cidade, expondo a intenção israelense de apagar a identidade popular palestina cada vez mais no decorrer do tempo.
As prisões arbitrárias e buscas nas casas dos presos sem mandado judicial são cada vez mais frequentes.
Para documentar as violações atingindo as religiões, a equipe que realizou o informe baseou-se em testemunhos de ativistas de direitos humanos em Jerusalém.
Com base nestas denúncias, o Monitor dos Direitos Humanos Euro-Mediterrâneos chama a comunidade internacional a agir com seriedade e efetividade para deter o desrespeito israelense às leis internacionais, incluindo o deslocamento forçado, abusos diários, práticas de detenção arbitrárias e exige que sejam garantidas as liberdades, em especial a referente ao direito à prática religiosa.
“Condenamos nos termos mais veementes as flagrantes violações dos direitos dos hierosolimitas (nascidos em Jerusalém) a viverem com dignidade e sem sofrerem discriminação racial, especialmente diante do fato de que a municipalidade israelense continua negando aos palestinos um plano diretor organizacional das construções na Jerusalém Oriental”, diz o informe.
O informe conclama as organizações de direitos humanos em geral a que denunciem a gravidade das medidas tomadas pela ocupação israelense no que diz respeito a demolições repentinas sem qualquer aviso, incluindo “a destruição de propriedades das famílias, o que ocorre quando estas propriedades ficam enterradas sob os escombros das casas demolidas sem que aos moradores seja dado tempo de retirar seus pertences”.
NATHANIEL BRAIA
O mundo deveria ser uma coisa melhor, com paz entre palestinos e judeus, todas as religioes deveriam ser bem vindas a Jerusalem, O que se esta vendo e o autoritarismo do governo israelense.
Deus pertence a todos. Por um mundo melhor. por favor.