Daniel: “governo quer extinguir a aposentadoria dos pobres”

Daneil Almeida, líder do PCdoB na Câmara Federal (foto: reprodução do site do PCdoB da Bahia)

O presidente da República já faz história e deixa uma marca: a incapacidade de governar. Nesse período, o pior inimigo do governo Bolsonaro foi o próprio governo Bolsonaro. Não soube aproveitar a lua de mel com o eleitorado e ficou perdido em meio a brigas inúteis dentro do Palácio e da sua pseudo base de apoio no Congresso Nacional. Muita energia, que poderia ser produtiva, acabou sendo desperdiçada. Despreparo e foco nas coisas erradas resumem bem esses meses iniciais.

*Daniel Almeida

Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara

Não é por acaso que a popularidade presidencial se desmanchou rapidamente. Os brasileiros começaram a enxergar a verdadeira face do presidente. Cada vez que Bolsonaro se manifesta publicamente deixa as pessoas horrorizadas diante de suas ideias absurdas. Ele segue semeando o ódio e a perseguição da Oposição e da esquerda, criando inimigos imaginários em busca de aplausos nas redes sociais.

Falta respeito à democracia, à separação de poderes e à Constituição e capacidade política para dialogar e agregar parlamentares em torno de um projeto coletivo de nação. Ao que parece Bolsonaro quer governar sozinho, impondo sua agenda neoliberal, causando enormes prejuízos aos trabalhadores, aos direitos sociais e à soberania nacional. A submissão aos Estados Unidos é vexatória e a entrega do patrimônio brasileiro deve ser combatida.

As únicas ações efetivamente tomadas pelo Executivo foram em desfavor dos interesses do povo. Um exemplo é a proposta de Reforma da Previdência que quer acabar com a aposentadoria dos setores mais pobres (PEC 6/19). O objetivo é favorecer o mercado financeiro e grandes rentistas. O projeto encaminhado maltrata nosso trabalhador e obedece a lógica de retirar dos pobres para favorecer os privilégios dos ricos. O governo tenta apresentar essa reforma como a grande salvação dos problemas, mas ela não será a solução que eles tentam impor.

O mais preocupante é que Bolsonaro desconhece seu papel presidencial e talvez ele não caia na real até o final do mandato. De forma ilegal, ele passou até mesmo a perseguir organizações não governamentais, instituições e movimentos sociais. Uma das primeiras medidas foi a edição de decreto e de medida provisória para que a Secretaria Geral de Governo monitorasse ONGS e organismos internacionais.

E neste cenário desastroso, o desemprego explode, atingindo quase 13 milhões de brasileiros. A situação é caótica, mas vamos lutar em defesa da nossa Constituição, da distribuição da renda e dos trabalhadores, construindo uma ampla frente para buscar o desenvolvimento do país e fomentar o papel do Estado na indução do crescimento econômico, para que o país finalmente comece a funcionar em benefício da população. Chega de tanto retrocesso!

*Daniel Almeida é deputado federal, líder do PCdoB na Câmara e coordenador da Bancada da Bahia.

Artigo reproduzido do Portal Vermelho

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Respostas de 2

  1. Quanta mentira… pobre ja se aposenta aos 65, trabalhei no IBGE, sei como já funciona.
    Chega de privilegios, funcionarios publicos já são carregados pela iniciativa privada ha decadas, chegou a hora de pagarem a sua parte.

    1. Impressionante como aparecem sujeitos cuja credencial para dizer inverdades são “trabalhei no IBGE” ou “sou economista formado em tal universidade”, etc., etc, & tal. A programação desses robôs (humanos ou desumanos) está muito sem imaginação.

      1) O problema não é a idade em que os brasileiros se aposentam hoje, mas o que é justo, ou seja, a idade em que eles querem se aposentar (p. ex.: IBOPE: só 6% dos brasileiros aprovam elevar idade de aposentadoria para 65 anos).

      Ou será que aquilo que o povo acha não tem importância?

      2) A reforma de Guedes e Bolsonaro é um método de matar a maioria dos trabalhadores antes que se aposentem ou um pouco depois. Nada tem a ver com corte de privilégios.

      3) A reforma do Bolsonaro não é principalmente em cima dos funcionários públicos – essa reforma (aliás, injusta) já foi realizada pelo Lula e pela Dilma.

      Quase todo o dinheiro que Guedes pretende tirar das aposentadorias, e desviar para o mercado financeiro, é em cima do RGPS, dos trabalhadores nas empresas privadas – e dos mais pobres entre eles.

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