A Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançou a edição de 2018 do relatório “Conflitos no Campo Brasil 2018”, apontando um aumento significativo dos conflitos por terra no país, em comparação com 2017. Em 2018, 960.630 pessoas estiveram envolvidas em conflitos, envolvendo 118.080 famílias, contra 708.520 em 2017, que envolveu 106.180, um aumento de 35,6%. O relatório foi lançado no último dia 12 de abril na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília.
Entre os anos de 2015 e 2018, 127.188 famílias foram atingidas pelos conflitos de terra no Brasil. Desde o ano de 2013 há um aumento anual sintomático dos conflitos de terra.
Na divisão regional dos conflitos, a região Norte, com maior incidência de conflitos, registrou em 2018 um aumento de 119,7%, em relação a 2017. Na região Nordeste, o aumento registrado no mesmo período foi de 13,2%.
O relatório também mostra que o número de famílias expulsas por meio de ações da iniciativa privada em 2018 aumentou 59%, em relação a 2017. O aumento foi maior nas regiões norte (36,3%), sudeste (35,6%) e centro-oeste (24,9%). Demonstrando um aumento nas ações violentas da iniciativa privada com expulsões efetivadas e ameaças de expulsão das famílias.
Já o número de assassinatos caiu no ano de 2018 para 28 pessoas mortas. Em 2017 esse número foi de 71 pessoas assassinadas, quando foram registrados 5 massacres no país. Segundo CPT, os anos eleitorais tendem a ter uma diminuição da violência, diminuindo assim o número de assassinatos.
2019 já aponta para um retorno do aumento dos assassinatos, onde nos primeiro quadrimestre do ano, a CPT já registrou 10 assassinatos em conflitos no campo e esse número pode ser ainda maior.
No dia 30 de março, 1 pessoa foi assassinada e 3 ou mais pessoas podem estar desaparecidas, na região da Amazônia, segundo relatos de moradores. As famílias ainda não se sentiram seguras para retornar às suas casas. O total registrado até o momento já representa 36% em relação ao mesmo período do ano passado.