O líder da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Jong Un, chegou nesta quarta-feira (24) a Vladivostok, no extremo leste da Rússia, aonde irá se reunir com o presidente russo Vladimir Putin, pela primeira vez.
A cúpula, marcada para quinta-feira, será realizada pela Universidade Federal do Extremo Oriente em seu novo campus em Russky Island, que fica do outro lado da ponte de Vladivostok.
O trem blindado de Kim chegou a Vladivostok horas depois de cruzar a fronteira coreana-russa na manhã de quarta-feira. Kim fez uma pequena parada na cidade fronteiriça de Khasan, onde lhe foi oferecido pão e sal como gesto de hospitalidade, e realizou uma visita a um edifício histórico.
A Rússia, no auge das ameaças dos EUA contra Pyongyang, junto com a China, atuou pela distensão, com a proposta de que uma troca mútua – fim dos testes pelo fim das manobras militares – abrisse caminho para negociações de paz, o que cumpriu um papel muito importante para chegar à cúpula Kim-Trump de Cingapura.
Para Moscou, a construção da confiança entre as duas partes, passo a passo, é o único caminho aceitável.
Após o início das conversações RPDC-EUA, Moscou tem defendido na ONU o alívio das sanções, especialmente das que mais afetam a população civil. Washington acusa a Rússia de, por baixo dos panos, estar fornecendo petróleo a Pyongyang.
A Rússia também tem discutido tanto com o Norte, quanto com o Sul, a interligação do sistema ferroviário no extremo leste asiático e outros projetos conjuntos mutuamente vantajosos.
A cúpula de Hanói Kim-Trump acabou em impasse, diante da exigência de Washington de desarmamento unilateral e negativa de aliviarem cinco das 11 sanções. Pyongyang oferecera, em contrapartida, o desmantelamento de seu principal centro nuclear.
Na semana passada, a chancelaria norte-coreana aconselhou ao governo dos EUA a troca do secretário de Estado Mike Pompeo por outro negociador, acusando-o de sabotar abertamente qualquer possibilidade de acordo.
Em recente discurso na Assembleia norte-coreana, o líder Kim deu como prazo até o final do ano para as conversações com Washington. A política de intensificar as relações intercoreanas também foi reafirmada.
Além das cúpulas com Trump, e desse primeiro encontro com Putin, Kim já se reuniu com o presidente chinês Xi Jiping três vezes.