A diretoria da Petrobrás anunciou na terça-feira (23) que o preço médio do combustível entregue para as distribuidoras nas refinarias passa para R$ 1,975 por litro. Um aumento de 2,046%.
Desde a posse de Bolsonaro, no início de janeiro, o aumento acumulado do combustível nas refinarias é de 31%. No mês de abril, os aumentos do preço da gasolina já acumulam 7,77%.
Segundo dados do IBGE, em março, a gasolina foi responsável por 16% da inflação registrada pelo IPCA. Na prévia do IPCA de abril, os combustíveis foram, ao lado dos alimentos, os principais responsáveis pela explosão da inflação.
A escalada dos preços da gasolina, como dos demais derivados, ocorre devido ao cálculo ser feito com base nos preços internacionais do barril de Petróleo.
Essa politica de preços atrelados à variação do preço internacional do barril, que começou no governo Dilma, manteve-se com Temer, Pedro Parente e, agora, segue com Bolsonaro, só leva em conta os interesses de acionistas e é lesiva aos interesses nacionais.
O preço do barril de petróleo no mercado internacional hoje está em US$ 73 dólares, sujeito a “chuvas e trovoadas”, como, por exemplo, as sanções à comercialização do petróleo do Irã, que Donald Trump está tentando impor àquele pais.
O Brasil produz petróleo suficiente para atender suas necessidades e está com sua capacidade de refino subutilizada. O preço do barril produzido pela Petrobrás no Pré-Sal, que já responde por 2/3 da produção nacional do produto, é de cerca de sete dólares. Incluindo impostos e transferências, ele chega no máximo a quinze dólares.
Considerando este custo de produção, o preço do barril poderia ser comercializado internamente a 30 ou 40 dólares, preço que especialistas consideram lucrativo para a empresa. O preço do barril de petróleo que produzimos poderia ser, portanto, vendido internamente com preços 50% inferior aos preços internacionais.
É evidente que se as refinarias calculam o preço dos derivados do petróleo, como a gasolina, a partir do custo de 73 dólares por barril (preço internacional), mantido os custos de produção internos, há um ganho extra da Petrobrás, que está beneficiando exclusivamente os acionistas – boa parte estrangeiros-, em detrimento dos consumidores de combustíveis.
Garantir a segurança energética do país, fortalecendo a soberania nacional é a razão primeira da Petrobrás, que não tem que estar em contradição, pelo contrário, em fornecer gasolina e outros derivados a preços menores, ajudando a impulsionar a economia do país.