“Somos contra a reforma como um todo. Todo mundo sabe que ela é somente para agradar o mercado financeiro”
O presidente da Associação Nacional de Praças (ANASPRA), sargento Elisandro Lotin de Souza, afirmou que o desmonte da Previdência promovido pelo governo Bolsonaro é somente para agradar o setor financeiro.
“Todo mundo já sabe que essa reforma é para agradar o mercado financeiro. A ANASPRA tem uma posição muito clara quanto à reforma da Previdência: nós somos contra a reforma como um todo. Por que? Porque eu não sou filho de chocadeira. Eu tenho filhos, tenho mãe, tenho pai, parentes, amigos, que não são militares e estão lá no seu dia a dia tentando. Nós somos contra porque a reforma da Previdência vai trazer problemas sérios para o povo, para os trabalhadores”, declarou durante sua intervenção na audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado.
“Vai afetar de morte a população brasileira em benefício do mercado financeiro”, adendou.
“Discute-se subir [a idade mínima] para 35 anos para policiais e bombeiros, que não conseguem mais trabalhar! É desumano imaginar o soldado com 60 anos de idade correndo atrás de marginal com 16, 17, 18, 19. Chega a ser tosca a discussão nesse sentido. E tudo em nome do mercado financeiro”, afirmou o sargento da Polícia Militar de Santa Catarina.
“Por que não se discute a questão da dívida pública? Por que não se discute a cobrança dos grandes devedores da Previdência? Por que não se discute a aplicação daquilo que se prevê na Constituição no tocante à taxação de grandes fortunas? Por que [não se discute] a taxação de lucros e dividendos?”
“É muito fácil pegar e jogar a carga nas costas dos trabalhadores. É muito mais fácil pegar o cabo, o soldado, o sargento, o subtenente, que não pode fazer greve, criar toda uma construção sobre [cortar] privilégio, pegar a professora, o trabalhador rural, a enfermeira, a pessoa lá da ponta, que efetivamente constrói o Brasil com o suor do seu rosto, e jogar uma carga em cima dele. E depois agradar o mercado financeiro”.
“E vai agravar a questão da segurança pública. Como agravou a Emenda Constitucional 95, que parou de investir em saúde, educação, em segurança pública. Nós não temos efetivo [tropas] para trabalhar hoje”, comentou.
“Discute-se reduzir de um salário mínimo para menos da metade o valor do BPC. Chega a ser ridículo imaginar uma discussão sobre a redução para R$ 400 reais. Como é que alguém consegue, em sã consciência, defender um negócio desse?”.
“O ponto focal é que todos os trabalhadores e trabalhadoras têm que se posicionar contra essa reforma, porque ela vai destruir nosso sistema de proteção e garantias. Que é o mínimo que ainda se tem hoje. Nós não temos saúde pública, não temos educação pública, a segurança está em frangalhos. E isso por culpa de governos que abandonaram a segurança pública nos últimos anos. E agora querem nos tirar o pouco que nos resta. Não vamos aceitar pagar essa conta, como temos feito nos últimos 20 anos”.
“A reforma da Previdência tem que ser rechaçada por esse Senado, por esse Congresso, porque vai afetar de morte a população brasileira em benefício de um pequeno grupo”, conclamou.
“E é lamentável que nós tenhamos que estar aqui discutindo o óbvio, discutindo a manutenção de direitos. Infelizmente é preciso que a gente faça isso. Não é uma questão político-partidária, porque nós fomos contra a reforma da Previdência no governo Lula, Fernando Henrique, Dilma e estamos aqui sendo contra a reforma da Previdência porque somos contra a destruição de direitos trabalhistas, previdenciários, de seguridade social, que garantem o mínimo de dignidade – isso tudo vai ser extirpado com a reforma da Previdência”, concluiu o presidente da ANASPRA.
O deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) lembrou que, durante a campanha eleitoral, Bolsonaro “era radicalmente contra a reforma da Previdência”. “Eu fico, então, com o discurso anterior do presidente, de quando era contra”, disse.
A presidente da União Nacional de Familiares das Forças Armadas e Auxiliares (Unifax), Kelma Costa, lembrou das falas de Paulo Guedes sobre todo mundo ter que se sacrificar um pouco e de que os generais também ficariam “chateados” com a reforma. “Se os generais estão chateados imagine a tropa. Como o governo envia uma proposta sem ouvir nenhum praça?”, questionou.
PEDRO BRIANCO
Pois é
Mas esse cidadão que se diz representante dos PRAÇAS, no ano de 2018, assinou aquele documento do #ELENÃO.
Agora não consegue abrir nenhuma porta de comunicação direta com o governo federal porque será né?
Se a reforma precisa de ajustes isso não tem dúvidas.
Mas esse cara declaradamente um anti-Bolsonaro, seria o mais indicado para estar na presidência da ANASPRA? Acho que não! Aqui em SC a Grande maioria dos PRAÇAS não o reconhecem mais como liderança ou representante.
Faça um favor ao seu país, saí do cargo.
Deve ser o primeiro governo da História do Brasil que só dialoga com quem apoiou – e apoia – o presidente. Nem os governos da ditadura eram assim. Aliás, para que diálogo, se o negócio é apenas com a turma do #ELESIM? Você não acha, leitor, que o sargento tinha – e tem – o direito de apoiar quem ele quiser? O problema é, exatamente, que o governo Bolsonaro só governa para uma pequena seita – não para o país, nem mesmo para os eleitores de Bolsonaro.
Pois eu fiquei agradavelmente surpreso por ele ser Sargento da Polícia Militar de Santa Catarina. Este Estado tem um governo direitista e fundamentalista, sim, e votou em peso num desequilibrado mental, envolvido com milicianos e francamente pró EUA. Já ouvi declarações desse Sargento, e fiquei bem admirado com sua coerência, seu patriotismo, seu senso de decência, seu profissionalismo, certamente as melhores qualidades de um policial catarinense. Mas, se há discordância com seus posicionamentos, a questão é de se perguntar: afinal, quem está traindo a farda? Quem está traindo a Nação? Quem está ajudando a massacrar o Povo? Quem está a favor da desmontagem do país, e da entrega de seu destino aos mercadores, aos mercenários, aos traidores e espiões?