
Na manhã desta segunda-feira (06), ao menos mil estudantes, pais e professores dos Colégio Pedro II, do Cefet, IFRJ e do Colégio de Aplicação da UFRJ protestaram contra os cortes da verba de custeio executados pelo governo Bolsonaro nas instituições federais de ensino. O protesto ocupou a frente do Colégio Militar, na Tijuca, Zona Norte do Rio, onde Bolsonaro participava de uma cerimônia em comemoração aos 130 anos da escola.
Na semana passada, o Ministério da Educação realizou o corte de ao menos 30% na verba de custeio, destinada ao pagamento de despesas como manutenção, limpeza e pagamento de contas de água e luz, das instituições federais. Segundo Bolsonaro, o corte ocorre para dar prioridade ao ensino básico. Entretanto, os colégios de ensino básico que são responsabilidade do governo federal foram severamente afetados.
O Colégio Pedro II, que atende 13 mil estudantes no Rio de Janeiro, sofreu um corte de 36% da verba, um total de R$ 18.571.339,00. Segundo o reitor, Oscar Halac, o bloqueio inviabiliza o custeio da instituição.
“É bom dizer que nós temos contratos mantidos com a iniciativa privada, contratos celebrados. E o bloqueio de 30% certamente levará todos, não somente o Colégio Pedro II, a não honrar contratos firmados. E daí vem redução de postos de trabalho, daí vem não prestação de serviços e daí vem a paralisação dos serviços prestados pelo Colégio Pedro II”, disse Halac.
Maryana Queiroz, mãe de uma aluna do Colégio Pedro II do Humaitá veio apoiar a manifestação dos alunos. “Nós e outros responsáveis viemos nos unir aos estudantes para dar apoio na mobilização que é toda deles. É potente. Eles estão organizados, mantendo o controle”, disse.
A é ex-aluna do Pedro II Tijuca e mãe de aluna do colégio. Ela se juntou à filha e demais estudantes no ato, e diz que teme pelo futuro da jovem de 13 anos e de seus colegas diante do corte na instituição.
“Do jeito que está, vai fechar as portas. Chegou a um nível que não dá mais”, destacou a advogada Claudia Moreira, ex-aluna e mãe de uma aluna do CP2, que estava presente no ato.
VITÓRIA
Na sexta-feira (03), estudantes do Instituto Federal (Ifes) e da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) protestaram contra o corte de verbas promovido pelo Ministério da Educação (MEC).

A manifestação se concentrou na Praça de Jucutuquara e saiu em direção ao Centro pela Avenida Vitória. Em frente ao Palácio Anchieta, sede do governo do estado, o grupo ocupou a Escadaria Bárbara Lindemberg, que dá acesso ao Palácio Anchieta.
Segundo o Ifes, a porcentagem corresponde a uma perda de aproximadamente R$ 25 milhões dos R$ 64 milhões orçados para o ano de 2019. Para a Ufes, serão menos R$ 20 milhões nos recursos destinados a custeio.
PELOTAS
Cerca de 200 estudantes se mobilizaram na tarde desta sexta-feira (3) contra o corte de 30% no repasse de verbas a universidades e institutos federais.
A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) por meio de nota, declarou sobre a possibilidade de encerramento de suas atividades ainda esta ano por falta de verbas, com a medida do ministro Abraham Weintraub.
Com o corte, a universidade deixará de receber R$ 29 milhões. Nos discursos, os estudantes disseram que a UFPel é um patrimônio da cidade. Com cartazes e faixas eles se reuniram na Praça Coronel Pedro Osório. Após, realizaram uma caminhada de costas pelas principais ruas do centro.
“Recebemos a nota da UFPel dizendo que sem dinheiro fecha as portas em setembro então decidimos encontrar com o pessoal do Centro de Artes e participar junto da caminhada”, disse o estudante de Licenciatura e Dança, Alexander Garcia.
No próximo dia 18, deverá ocorrer um novo protesto. No final da tarde, o reitor da UFPel, Pedro Curi Hallal confirmou a ideia de paralisar as atividades em setembro. Para este ano o orçamento da universidade era de R$ 82 milhões antes do corte
“Não temos mais da onde cortar gastos. Fizemos um planejamento orçamentário para 2019 e resolveram isto quase no meio do ano”, lamenta. Ele confirma que em 2018 a universidade reduziu seu orçamento em R$ 10 milhões. “Mais do que isto não tem como. É um corte político não econômico, portanto não pode ser levado a sério. Quando acabarem os recursos paralisaremos as atividades e o Ministério da Educação que responda a estudantes, famílias e pacientes do nosso hospital a causa deste fechamento”, finaliza.
BRASÍLIA
Estudantes, professores e servidores da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com outros atores sociais, promoveram, nesta quinta-feira (2), um ato público para demarcar oposição ao corte orçamentário de 30% anunciado pelo governo federal para a instituição.
O presidente da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), Luís Antonio Pasquetti, destaca a preocupação com as consequências que a asfixia orçamentária pode trazer para a universidade. Ele sublinha que o corte tende a sufocar diferentes ações no âmbito institucional, alcançando também setores que estão além dos muros acadêmicos.
“Laboratórios vão ficar sem material, pesquisas podem ser paralisadas. E a UnB tem um hospital veterinário, tem o HUB [Hospital Universitário de Brasília], tem uma série de serviços pra sociedade. Quando há uma redução de recursos, você vai reduzir projetos, vai prejudicar a saída de campo dos alunos [também], então afeta”, exemplifica Pasquetti, acrescentando que a UnB é considera a 8ª melhor universidade do país.
Assista o vídeo da manifestação do Pedro II