Reitores de 40 universidades federais de todo país já se manifestaram contra o ataque de Bolsonaro à Educação, ao pensamento crítico e ao conhecimento. O corte de ao menos 30% na verba de custeio inviabiliza as instituições federais de ensino superior.
Prestes a completar 100 anos, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) condenou o bloqueio de 41% das verbas destinadas ao pagamento de despesas como limpeza e manutenção ou contas de água e luz.
“A não reversão da medida trará graves consequências para o desempenho das atividades da UFRJ, comprometendo a rotina de atividades acadêmicas antes do segundo semestre. Há cinco anos, a Universidade vem sofrendo cortes e contingenciamentos sem reposição. Em valores corrigidos, a diferença entre o orçamento de 2014 e o de 2019 é superior a R$200 milhões”, diz a nota da UFRJ.
A Universidade de Brasília (UnB) apontou que a medida “causará graves prejuízos à formação dos estudantes”.
“A medida, se mantida, compromete o funcionamento da instituição, que vem sofrendo sucessivas restrições orçamentárias desde 2017 e já implementou um conjunto substancial de ações para melhorar a sua eficiência administrativa. Restringir ainda mais os recursos de custeio impossibilitará a universidade de realizar pagamentos de serviços básicos de manutenção, tais como água, luz, limpeza e segurança, bem como de adquirir insumos e suprimentos essenciais para laboratórios, podendo causar graves prejuízos à formação dos estudantes e às atividades de ensino, pesquisa e extensão, a partir do segundo semestre de 2019”, diz a nota da Unb.
A Federal de Pernambuco (UFPE) destacou que seu funcionamento no segundo semestre letivo fortemente comprometido. “Se essa situação de bloqueio do orçamento das instituições federais de ensino superior não for revertida, a UFPE terá seu funcionamento no segundo semestre letivo fortemente comprometido, o que prejudicará a qualidade e a execução de suas atividades fim e de gestão, impossibilitando a prestação adequada de serviço e comprometendo a sua missão institucional”, explicou a nota da reitoria.
“Assim, é de fundamental importância o apoio da sociedade contra o corte no orçamento das universidades públicas, configurando-se a necessidade de mobilização da comunidade acadêmica, dos parlamentares pernambucanos, dos governos estadual e municipais, dos setores empresariais e das organizações sociais e de ciência e tecnologia, em defesa da UFPE, patrimônio da sociedade brasileira”, ressalta a universidade.
A reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) destacou que “não há eficiência administrativa que supere um corte de tamanho monte, principalmente diante das sucessivas restrições orçamentárias dos últimos anos”.
“As Universidades Federais, como patrimônio nacional, são imprescindíveis para a construção de um país mais desenvolvido, mais justo e equânime, que ofereça melhores condições de vida para sua população e, assim, devem ser reconhecidas pelas autoridades e pela sociedade brasileiras. Não se constrói um país sem investimento contínuo e sustentável em educação, cultura, ciência e tecnologia”, pontua a nota da reitoria da UFMG.
Clique aqui e acesse as notas divulgadas pelas universidades