O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que o corte de 30% no orçamento das universidades brasileiras feito pelo governo Bolsonaro “é uma brutalidade, é uma indecência, é um crime contra a educação, contra a ciência, contra a tecnologia, contra a juventude do nosso país; sinaliza a completa falta de noção do governo também nessa matéria”.
“Enquanto o mundo inteiro discute mais investimentos em ciência e tecnologia, discute a quarta revolução industrial, uma nova revolução técnico-científica, que tem impacto direto na ampliação da produtividade pelo mundo afora, o Brasil olha para trás, caminha para trás, retira dinheiro das universidades, que formam o pilar central da pesquisa, da ciência, da tecnologia e da inovação no Brasil”, assinalou o parlamentar em discurso na Câmara, na terça-feira (7).
O deputado do PCdoB relacionou os cortes com o caos vivido pelo Ministério da Educação (MEC). “Chama a atenção do Brasil e do mundo a forma equivocada, sectária com que está sendo conduzido o Ministério da Educação desde o primeiro dia do governo Bolsonaro”.
“Seja na mudança de um ministro para outro, em que a confusão, o tumulto e a verdadeira balbúrdia tomou conta do Ministério da Educação; seja quando o Ministério da Educação e o seu ministro tentam fazer uma correção de uma bobagem realizada, como foi o corte nas universidades federais da Bahia, na Federal Fluminense e aqui na UnB”.
“O que era ruim, ficou muito pior. A emenda saiu pior que o soneto”, disse Orlando Silva referindo-se ao fato do governo ter estendido os cortes das três instituições para todas as universidades federais do Brasil.
Segundo Orlando, além de ser uma estupidez os cortes orçamentários, a medida do governo é um atentado à autonomia destas instituições. “Sem falar na violência que é contra a autonomia universitária, porque o que está por trás dessa medida é uma tentativa de silenciar a universidade brasileira, é uma tentativa de amordaçar a crítica da universidade brasileira, porque o governo já mostra que é intolerante, não consegue conviver com a diferença, com a crítica”, declarou.
O deputado frisou que a comunidade universitária não vai se calar e aceitar passivamente o estrangulamento de suas atividades. “Vamos resistir, as universidades vão resistir. E no dia 15 de maio (as entidades marcaram greve nacional neste dia) o Brasil vai se levantar em defesa da educação, em defesa da universidade”.
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