Na eleição em Córdoba, segunda província com maior peso eleitoral da Argentina depois de Buenos Aires, o peronista e atual governador, Juan Schiaretti, ganhou seu terceiro mandato com 53,94% dos votos configurando, a poucos meses da eleição presidencial, um duro golpe ao governo neoliberal de Macri. A enorme preferência alavancou ainda o triunfo de Martín Llayora na eleição da prefeitura da capital provincial, que estava há tempos nas mãos da União Cívica Radical.
Desta maneira, o presidente sofreu sua oitava derrota eleitoral no decorrer do ano. As anteriores foram nas províncias de La Pampa, Neuquén, Río Negro, San Juan, Entre Ríos, Santa Fé e Chubut.
Schiaretti reivindicou a presença de um Estado forte com investimento público nas áreas chaves e afirmou que não há mercado que garanta a justiça social, algo totalmente contrário ao que defende Macri e seus aliados neoliberais. “Venho de um bairro popular e sempre serei leal a minhas origens”, disse o governador que homenageou os 30 mil desaparecidos durante a ditadura militar.
Em movimento para reunificar o peronismo dividido em várias correntes, Cristina Kirchner apoiou em março passado a retirada da candidatura de Pablo Carro, da Frente para a Vitória, e declarou que dedicaria todos seus esforços e compromisso para construir a unidade que permita conseguir a vitória nas eleições nacionais de outubro. Isso ajuda a explicar a eleição histórica de Schiaretti que virou com esses resultados no segundo governador com maior percentagem de votos desde o retorno da democracia no país.
A participação nas eleições foi de cerca de 70%. Durante a jornada foram votados candidatos aos cargos para governador e vice-governador; 44 legisladores provinciais e 22 legisladores por distrito; 3 cargos para o Tribunal de Contas da província; prefeito, vereadores e Tribunal de Contas municipal.
SUSANA SANTOS