Milhares de pessoas lotaram o Vão Livre do MASP no início desta tarde para o ato contra os cortes nas universidades federais. O protesto, que já parou os dois sentidos da Avenida Paulista, se soma às diversas manifestações que tomam as ruas de todo o país nesta quarta-feira desde o início da manhã.
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Estudantes universitários e de escolas paulistas, públicas e particulares, chegaram ao ato com cartazes e faixas denunciando o bloqueio de verbas da Educação.
“Não é mole não. Tem dinheiro para milícia, mas não tem para Educação”, foi uma das palavras de ordem entoada pelos estudantes que chamaram o dia de protestos de “Tsunami da Educação” em repúdio à sabotagem de Bolsonaro às universidades públicas.
“Nós estamos nas ruas com milhares de pessoas que paralisaram as suas escolas e universidades para não permitir que o nosso futuro, que o futuro do nosso povo, seja destruído por um presidente da Republica, que é um verdadeiro idiota. Ele nós chama de idiota, porque tem medo do que nós falamos, porque tem medo da nossa força”, disse Marianna Dias, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), durante o ato de estudantes da Av. Paulista.
“Hoje é o dia que vai ficar marcado como começo do fim para o Bolsonaro, para o Weintraub, para todos os que querem acabar com a educação publica. O corte é um verdadeiro crime contra a população, contra o Brasil”, destacou Guilherme Bianco, diretor da UNE.
Entidades estudantis, como União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes (UEE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES-SP), além dos centros acadêmicos da Unifesp, USP, IFs, FATEC e de universidade privadas, como PUC e FGV estão presentes no ato após uma semana de intensas mobilizações nas universidades e escolas com assembleias e atos contra os cortes.
“Paralisamos a FATEC São Paulo hoje por conta dos cortes nos institutos federais, que atingem diretamente a faculdade de tecnologia do estado com o anúncio de corte integral das bolsas de iniciação científica, mestrado e pesquisa gerenciados pelo CAPS. O dia de hoje é um importante marco que reuniu estudantes de todo o país, tendo manifestações de apoio em todos os estados e DF, destacou o estudante Bruno Bachilli.
Hoje, já pela manhã, cerca de 2 mil alunos da USP realizavam protesto na Cidade Universitária, Zona Oeste da capital, e saíram em caminhada até a Paulista.
Cientistas do movimento Cientistas Engajados também estão presentes na manifestação condenando as medidas do governo de ataques à pesquisa e ao desenvolvimento científico.
“Esse é o maior ataque à produção do conhecimento da história do nosso país. A resposta ao corte está sendo na mesma dimensão. Essa é a maior manifestação de cientistas, pesquisadores, professores e estudantes já realizada na história. Não vamos permitir que o governo Bolsonaro acabe com o desenvolvimento cientifico e tecnológico do Brasil”, destacou a fundadora do movimento Cientistas Engajados, Mariana Moura.
“Os cortes no orçamento da Educação e na Ciência são para atender a demanda do setor financeiro, que exige o direcionamento de todos os recursos orçamentários para garantir que a dívida pública seja fielmente paga por parte do governo nacional”, denunciou Alexandre Ramos, doutor em Física e professor da Universidade de São Paulo (USP).
Centrais indicais CUT, Força Sindical, CTB, CGTB, CSP-Conlutas também participam das manifestações.
Os manifestantes denunciam o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pelo ataque às universidades com o corte de verbas de custeio, mas também pela tentativa de impedir a livre manifestação nas instituições de ensino, ao ameaçar cortar verbas de universidades que fazerem “balbúrdia”.
“Balbúrdia é acabar com a Educação”, diz um dos cartazes. “Balbúrdia de Governo!”, diz outro.