O boletim Focus do Banco Central (BC) divulgado nesta segunda-feira (20) derrubou pela 12ª vez consecutiva a previsão de crescimento da economia em 2019.
A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 1,45% na semana passada para 1,24% – um variação drástica nas apostas em apenas uma semana, além de um resultado mísero.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve de índice para evolução da economia.
O boletim é divulgado semanalmente pelo BC, reunindo a mediana das previsões de 100 instituições financeiras para a economia.
Trimestre negativo
As apostas já vinham sendo reduzidas desde o começo do ano, mas começaram a despencar quando os dados de emprego, produção, comércio e serviços do primeiro trimestre do ano passaram a indicar que o PIB do país será negativo neste início de mandato de Jair Bolsonaro.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil chegou a março com 13,4 milhões de pessoas desempregadas, muitas procurando emprego há mais de dois anos.
Também apurado pelo IBGE, a pesquisa mensal da produção industrial de março registrou queda de 6,1% no volume produzido pelas indústrias brasileiras, em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano até março, a produção industrial recuou 2,2%.
Já as vendas do Comércio Varejista amargaram um resultado de queda de 4,5% em março ante o mesmo mês do ano passado. Na mesma comparação, o setor de Serviços, que atualmente responde por 75,8% do PIB, desabou 2,3%.
Acompanhando essas variáveis, o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) apurou que o PIB do país caiu 0,68% nos primeiros três meses do ano na comparação com o trimestre anterior.
À luz desses resultados e da manutenção de uma política econômica que está levando o país para o buraco, não tardou para que os bancos Itaú e Bradesco passassem a admitir em seus relatórios que a soma dos 12 meses do ano não dará ao Brasil mais do que 1% de crescimento.