Uma grande maioria dos cidadãos dos EUA se opõe à ideia de ataques preventivos contra o Irã e desaprova maciçamente a política de Trump em relação ao país persa, revelou uma pesquisa Reuters/Ipsos na terça-feira, enquanto as tensões continuam a aumentar no Golfo.
Cerca de 60% dos norte-americanos acreditam que os EUA não deveriam atacar primeiro as forças armadas iranianas, enquanto 12% apoiaram um ataque preventivo, de acordo com a pesquisa. Isso apesar de 53% se referirem ao Irã como uma ameaça “séria” ou “iminente”e 51% acreditarem que seu país iria entrar em guerra contra o Irã “nos próximos anos”.
A situação na região do Golfo ficou mais agitada na semana passada depois que Donald Trump fez uma ameaça ao Irã via Twitter, dizendo que qualquer conflito com os EUA significaria “o fim oficial do Irã”.
Nos dois anos de sua presidência, ele também se retirou unilateralmente do acordo nuclear de 2015 e reimpôs amplas sanções à economia iraniana.
As tensões entre os EUA e o Irã foram alimentadas por uma série de desdobramentos militares norte-americanos neste mês. O Pentágono já enviou um grupo de ataque encabeçado por porta-aviões, um esquadrão de bombardeiros B-52 e uma bateria de mísseis Patriot ao Oriente Médio, provocando temores de um conflito iminente. O New York Times noticiou “estudo” do Pentágono para envio de “120 mil soldados”.
O Irã se mostra cético em relação à disposição dos EUA de se engajar em um confronto militar total, dizendo que Washington carece tanto de vontade política quanto de recursos militares. Enquanto isso, Teerã afirmou que, embora não queira a guerra, permanece pronto para qualquer eventualidade.
Deputados norte-americanos buscam o fim da lei da “guerra sem fim”
A deputada democrata Barbara Lee e republicano Thomas Massie realizaram uma coletiva de imprensa com outros membros da Câmara dos Representantes para pedir a revogação da Autorização para o Uso da Força Militar (AUMF), de 2001, dias após os ataques do 11 de Setembro a Nova York e Washington.
Essa lei foi usada por todos os presidentes norte-americanos desde então, durante duas décadas, para justificar a ação militar dos EUA em todo o mundo. Agora, o grande temor é que seja usada por Trump para começar uma guerra contra o Irã, como vem ameaçando fazer.
A revogação foi aprovada na terça-feira em um subcomitê da Câmara, que aprovou como uma emenda ao projeto de lei de gastos de defesa. Para os deputados, depois de quase 18 anos, era hora de o Congresso revogar e substituir a lei, enfatizando que desde o início ela era ampla demais e definitivamente não deveria ser usada para justificar uma guerra com o Irã.
Barbara Lee, único membro do Congresso a votar contra a autorização de 2001, disse que foi usada “como um cheque em branco para uma guerra interminável por três governos”. Quando votou contra a AUMF de 2001, Lee advertira que dava excessiva margem de manobra para os presidentes buscarem uma ação militar. “Era tão amplo que cobria quase todas as operações militares em perpetuidade”, destacou.
Thomas Massie disse que os defensores da revogação da AUMF de 2001 querem simplesmente que o Congresso reassuma seu direito constitucional de declarar guerra. “Esta não é uma questão partidária”, disse ele.
Com informações da RT, Reuters e outras agências