“Eu tinha a seguinte escolha de Sofia: fazer cessar os crimes em curso ou deixar para lá. Eu decidi pelo interesse público, eu vou fazer cessar estes crimes. E, hoje, eu faria exatamente a mesma coisa, a mesma postura”, afirmou o ex-procurador-geral Rodrigo Janot. “Os executivos da Odebrecht chegaram com crimes praticados. As informações da JBS eram crimes em curso”.
O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que faria a mesma negociação de colaboração premiada com Joesley Batista, dono da JBS, apesar de todas as críticas envolvendo a rápida negociação. Ele participou, na quarta-feira (29), do “Seminário As Relações Brasil-Itália”, em São Paulo.
“Eu tinha a seguinte escolha de Sofia: fazer cessar os crimes em curso ou deixar para lá. Eu decidi pelo interesse público, eu vou fazer cessar estes crimes. E, hoje, eu faria exatamente a mesma coisa, a mesma postura”, afirmou.
Janot comparou o caso com o dos executivos da Odebrecht, cuja negociação durou mais de um ano. “Os executivos da Odebrecht chegaram com crimes praticados. As informações da JBS eram crimes em curso”, disse. “A primeira reação minha e do grupo (ao ver as gravações com Temer e Aécio Neves) foi não acreditar”, completou.
Ele também criticou o foro privilegiado, defendendo que só presidentes da República, do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal tenham esse direito. “O tribunal foi feito para julgar. Inverteram a lógica do sistema. Este sistema entrou em colapso nos tribunais. Existem cerca de 28 mil pessoas com prerrogativa de foro”, lembrou.
O ex-procurador-geral comparou o procedimento no STF com a Justiça comum. “No STF foi necessária uma sessão para recebimento da denúncia contra Eduardo Cunha, em que todos os ministros tiveram que votar. Já na primeira instância o juiz faz isso só com a caneta: pega a caneta, aceita e intima o réu a se defender”, disse.