O Partido Justicialista da Argentina encabeça o processo de unificação de um amplo conjunto de forças políticas para conformar a Frente Patriótica que enfrentará a chapa neoliberal articulada por Mauricio Macri para as eleições presidenciais de outubro. O presidente do PJ, José Luis Gioja, está se reunindo com dirigentes de cerca de quinze forças políticas que devem se somar à coalizão, com o objetivo de apoiar a candidatura de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, lançada dia 18.
O objetivo do PJ é chegar ao final deste mês com a frente eleitoral opositora já configurada. Ainda existem setores do peronismo que não desistiram de apresentar outras propostas nas eleições primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias, PASO, que são pré-requisito da Junta Eleitoral argentina e se realizarão no dia 22 de junho, mas estão em franca minoria.
Já integram a aliança o movimento de unificação a Unidade Cidadã, a Frente para a Vitória, Kolina – com o deputado Carlos Castagneto na cabeça –, o Partido da Vitória – de Diana Conti –, Novo Encontro –de Martín Sabbatella –, a Frente Grande –de Mario Secco – e Compromisso Federal – sob a direção do governador da província de San Luis, Alberto Rodríguez Saá.
Entre as novas forças que se somarão se destacam os partidos Projeto Sul – liderado pelo cineasta Fernando “Pino” Solanas e Mario Cafiero –, Unidade Popular – dirigido pelos dirigentes sindicais Víctor de Gennaro e Claudio Lozano – e Somos – a agrupação encabeçada pela deputada Victoria Donda e pelo dirigente social do movimento Bairros de Pé, Daniel Menéndez.
Mostrando a amplitude da Frente que está se constituindo estarão ainda no encontro setores importantes do radicalismo como o Movimento Yrigoyenista – de Leopoldo Moreau –, o Partido Intransigente – presidido pela dirigente Adriana Díaz. E também o Partido Comunista –encarnado por Victor Kot y Jorge Kreymen –, o Partido Solidário – de Carlos Heller e Juan Carlos Junio – e a Forja, força liderada por Gustavo López.
Já as forças que discutem a chapa de Mauricio Macri estão em crise. A ideia da substituição da candidatura do desgastado presidente do país pela de María Eugenia Vidal, atual governadora da Província de Buenos Aires, voltou a ocupar espaço nos últimos dias tanto nos âmbitos políticos como nos debates midiáticos. Um dos cenários onde a questão se discutirá publicamente será na Convenção da União Cívica Radical, na próxima segunda-feira, 27.
No sábado, 25, acontecerá em Merlo, na grande Buenos Aires, a inauguração de um parque que levará o nome do ex-presidente Néstor Kirchner, ao cumprirem-se 16 anos do início de seu governo, em 2003. Deve ser o primeiro ato de campanha da chapa Alberto Fernández – Cristina Kirchner, que contará com a presença da maioria dos prefeitos da região, dirigentes e parlamentares do PJ.
SUSANA LISCHINSKY