Os médicos residentes em pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) decidiram aderir à greve dos estudantes de medicina e enfermagem em prol do Hospital Universitário (HU), após assembleia realizada no dia 28.
O HU enfrenta a maior crise por que já passou, com falta de verbas e profissionais, inclusive com PIDVs (Programas de Incentivo à Demissão Voluntária), que resultaram no fechamento do pronto-socorro (PS) infantil por falta de profissionais.
Os residentes pleiteiam medidas emergenciais, como a contratação de médicos, e medidas a longo prazo em relação a investimento para que o hospital volte a funcionar completamente – a greve será iniciada a partir da próxima segunda-feira, dia 4.
O representante da comissão de greve dos residentes em pediatria, Vilton Raile, explica que o movimento busca conseguir meios para a reabertura do PS infantil e pela reestruturação do HU para atendimento e ensino. “A questão do ensino é de extrema importância, mas também nos preocupa muito o atendimento aos pacientes da região oeste, pois o Hospital Universitário é o único de seu grau de complexidade que atende a 500 mil pessoas da região. Se o hospital fechar, muitas pessoas ficarão desassistidas”.
Neste mesmo dia 28 houve reunião do Conselho Universitário da USP, na qual são decididas as medidas para a manutenção e desenvolvimento da universidade para o ano seguinte. Durante a votação das diretrizes orçamentárias, o próprio diretor da FMUSP, prof. José Otavio Auler, votou contra a suspensão da proibição da USP em contratar qualquer técnico-administrativo durante todo o ano de 2018.
De acordo com Rafael Santos, diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), que esteve presente na reunião, os residentes de pediatria se opõem ao sucateamento da USP como um todo. “O Simesp apoia a greve dos residentes por uma luta em busca de um ensino médico de qualidade e uma saúde pública de qualidade. O movimento surge como resposta ao grave fato de o próprio diretor da faculdade de medicina, junto ao conselho universitário, ter votado contra a contratação de funcionários via USP”.