A delegação do governo francês na África passou sufoco durante sua visita ao continente, iniciada na noite da segunda-feira (27) por Burkina Faso. No dia seguinte, enquanto se dirigia à Universidade da capital do país, a cidade de Ouagadu, para uma atividade conjunta com governo local, o comboio francês foi recepcionado por milhares de manifestantes empunhando cartazes e cantando palavras de ordem como “abaixo a exploração da África pelo Ocidente”.
Durante o protesto, os manifestantes chegaram a bloquear vários veículos que se dirigiam à universidade, porém não conseguiram barrar a caravana francesa. Embora tenha conseguido passar pelas barricadas, um mini-ônibus com membros da delegação francesa que acompanhava o presidente, Emmanuel Macron, teve pelo menos uma janela quebrada por pedras atiradas pelos manifestantes, conforme noticiou o jornal local “Quotidien”: “Durante a viagem de hoje a Ouagadu, um veículo da delegação francesa foi apedrejado por centenas de manifestantes”.
Ainda na noite de segunda, pouco antes da chegada de Macron à capital do país, dois indivíduos lançaram uma granada contra um veículo militar francês, deixando três feridos. O atentado ocorreu contra as forças militares francesas que se dirigiam para Kamboinsé, onde se situa um “quartel-general” francês em Burkina Faso. Como resposta, um importante destacamento militar francês foi destinado para o centro de Uagadugu para reprimir os manifestantes.
Durante a atividade na Universidade Ouagadu, que contou com a participação do presidente de Burkina Faso, Roch Marc Christian Kabore, Macron fez uma intervenção para cerca de 800 estudantes e acabou respondendo com grosseria aos atos de protesto contra sua indesejável presença. Depois de afirmar ao plenário que os problemas da África, a exemplo do atual tráfico de escravos reinstalado na Líbia após a invasão imperialista, eram “dos lídres africanos” Macron insultou o presidente Kabore, que se retirou na tentativa de evitar ainda mais constrangimentos. Ainda assim, Macron insistiu e indagou: “Ele está saindo… Fique aqui! É, parece que ele está indo reparar o ar condicionado”.
É a paga de um colonialista inveterado à reação amistosa de um governo complacente que permite a manutenção de base francesa no país africano (mesmo depois de intervenções vergonhosas como a que destruiu a Líbia) e baseia seu “plano de desenvolvimento” em acertos e doações do Banco Mundial e FMI.
Em crise da qual não conseguem se safar, a não ser danificando a economia dos demais. Os europeus querem pilhar mais.