O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a “euforia que tomou os corruptos e seus parceiros” com a divulgação das mensagens vazadas pelo site The Intercept entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.
Barroso avaliou que “não há nada a celebrar”.
“A corrupção existiu e precisa continuar a ser enfrentada, como vinha sendo. De modo que tenho dificuldade em entender a euforia que tomou os corruptos e seus parceiros”, declarou.
O ministro falou em entrevista ao programa “Em Foco com Andréia Sadi”, da GloboNews. Ele observou: “A corrupção existiu, eu até tenho dificuldade de entender um pouco essa euforia que há em torno disso se houve algo pontualmente errado aqui ou ali”.
“Todo mundo sabe, no caso da Lava Jato, que as diretorias da Petrobrás foram loteadas entre partidos com metas percentuais de desvios. Fato demonstrado, tem confissão, devolução de dinheiro, balanço da Petrobrás, tem acordo que a Petrobrás teve que fazer nos EUA”, disse.
Segundo Barroso, os fatos relacionados ao vazamento ainda estão sendo apurados e, somente ao final, um juiz pode se manifestar. “Sou juiz. Os fatos estão sendo apurados. Juiz fala ao final da apuração – e se tiver que falar, nos autos, de preferência. E não é hora de formar juízos sobre isso, ainda. Na vida, o que é certo é certo, o que é errado é errado. Formamos juízo depois da apuração”, declarou.
Ele advertiu ainda que o que se sabe ao certo, até agora, é que as conversas “foram obtidas mediante ação criminosa”. “E é preciso ter cuidado para que o crime não compense”, advertiu.
Para o ministro Gilmar Mendes, também do STF, o vazamento das conversas entre o ex-juiz e integrantes da força-tarefa da Lava Jato “não necessariamente” anula as provas contidas na operação.
“Não necessariamente (anula). Porque se amanhã (uma pessoa) tiver sido alvo de uma condenação, por exemplo, por assassinato, e aí se descobrir por uma prova ilegal que ela não é autora de crime, se diz que em geral essa prova é válida”, disse.
Já o ministro Marco Aurélio Mello, ao chegar para a sessão da Primeira Turma do STF, nesta terça-feira (11), lamentou o vazamento de mensagens entre Sergio Moro e procuradores e disse: “Coitado do juiz Moro”. “O presidente o colocou numa sabatina permanente quando anunciou que houvera um acordo para ele deixar uma cadeira efetiva, abandonando 22 anos de magistratura, para vir pra Esplanada e ser auxiliar dele, presidente da República, colocando-o na vitrine”, observou.
“Não compreendo que alguém possa virar as costas a uma cadeira de juiz. E ele virou sem ser de uma família rica. Se ele fosse de uma família rica, e pudesse até partir para o ócio com dignidade, muito bem. Como é que se deixa um cargo efetivo dessa forma? Menosprezo à magistratura? Se foi, ele não está credenciado para o Supremo”, opinou o ministro.
Ele declarou que viu o vazamento das mensagens “com muita tristeza” e que isso “fragiliza o perfil” de Sérgio Moro. “Vi com muita tristeza. O juiz dialoga com as partes – e o Ministério Público é parte acusadora no processo – com absoluta publicidade, com absoluta transparência. Se admitiria um diálogo com os advogados da defesa? Não. Também não se pode admitir, por melhor que seja o objetivo, não se pode admitir com o Ministério Público. Em direito, meio justifica o fim; o fim ao meio, não”, comentou.
“Todos nós somos contra a corrupção, mas não o combate a ferro e fogo. Porque aí é retrocesso em termos de Estado democrático de direito. Se havia combinação de atos, Ministério Público e juiz, aí realmente se tem algo grave”, assinalou.
Ministro Barroso o senhor não entende porque não quer, o combate a corrupção é bem vinda porque acontece desde a chegada do Cabral ou seja a mais de quinhetos anos, o que se está falando é quanto ao respeito a Constituição que em vários episídios foi atropelada, o juiz Moro as vezes age de forma arbitrária pergunto ele está acima da lei.
Quer dizer que o Lula roubou porque desde Cabral estão roubando no Brasil?
Estão roubando e jornais nunca dizem os verdadeiros nomes dos ladroes. Ou porque tem medo ou fazem parte do crime. Atacam quando estão escondidos detrás de uma canalhice qualquer, acobertados pelo nazi-fascismo que hoje aflorou neste país. Fim dos tempos.
1. Não, Sr. Ministro, os corruptos e seus parceiros não estão eufóricos, ao contrário, estão muito preocupados criando versões que desqualifiquem as denúncias e culpem o hacker. Eles sabem que podem figurar nas próximas publicações.
2. Nós não somos corruptos, não há a menor possibilidade de estarmos nas próximas publicações do The Intercept. Também não somos parceiros de corruptos, aliás foram eles, os corruptos, que nos deram provas da inocência do nosso parceiro.
3. Nós estamos bem tranquilos, mais que antes, mas não eufóricos, não vemos motivos para euforia porque as publicações não nos trouxeram novidade e sabemos que o restabelecimento do Estado Democrático de Direito depende das mesmas pessoas que antes; do presidente que condecora o principal denunciado, ou do STF de onde sai o infeliz comentário que confunde indignação com euforia. Agora a culpa é nossa e do hacker.
Vem cá, leitor: o ministro está falando dos corruptos – e não daqueles que não são corruptos. Por que enfiar a carapuça, se ela não lhe cabe?
O que disse o Ministro é indefensável, quando considera corruptos os que estão se posicionando contra as tentativas de transferir para um suposto racker o centro das atenções. Não há carapuça, e eu não vetiria carapuça alheia, o que há é corrupção no judiciário a ser apurada e um Ministro que irá julgar o caso já se posiciona antes da hora, sem nenhum elemento técnico.
Bem, então está explicado. O problema é a corrupção no Judiciário.