O governo Bolsonaro determinou que a Caixa Econômica Federal (Caixa) venda sua participação acionária de 3,24% do total de ações ordinárias da Petrobrás. Pela cotação das ações na bolsa de valores, na sexta-feira, dia sete de junho, o valor total da venda será em torno de R$ 7,2 bilhões.
O anúncio foi feito segunda-feira (10) e as ações serão vendidas, em oferta pública, na bolsa a partir do dia 27 de junho. Os títulos representativos do patrimônio da empresa a serem vendidos são todos do tipo “ações ordinárias”, ou seja, com direito a voto no Conselho de Administração da petroleira.
Apenas 30% das ações serão destinadas a pessoas físicas, que terão de 17 a 24 de junho para fazerem as reservas de compra. Os papéis serão vendidos para pessoas e empresas no Brasil e no estrangeiro, o que favorece as petroleiras concorrentes.
A venda dessas ações está sendo feita dentro do processo alucinado de liquidação do patrimônio público que o governo Bolsonaro está fazendo, seja pela simples privatização, seja por expedientes correlatos como a queima dessas ações da Caixa, esvaziamento do BNDES (https://horadopovo.org.br/levy-antecipa-outros-r-30-bi-ao-tesouro-e-esvazia-mais-o-bndes/ ) , entre outros.
No início do ano e da gestão de Pedro Guimarães, a Caixa já vendeu o Instituto de Resseguros do Brasil (IRS Brasil) por R$ 2,5 bilhões, valor subavaliado na consideração de alguns analistas.
Ainda para este ano, a Caixa programa a venda de ações de sua propriedade na empresa de energia elétrica Alupar e do Banco do Brasil. O objetivo do governo em relação a Caixa é descapitalizar o banco em R$ 40 bilhões, retirando aporte de capital feito anteriormente.
A Petrobrás anunciou no dia 6 de junho, em seguida à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os critérios de vendas das estatais, a venda de ações de até 70% da participação da empresa na BR Distribuidora, o que pode inclusive deixar a Petrobrás com menos de 50% de ações da BR.
Houve quem já dissesse que uma estatal pode ser vendida a qualquer preço, pois assim deixaria de dar prejuízo ao Tesouro. Todas as empresas privatizadas eram lucrativas, assim como as que querem agora privatizar.
J.AMARO