A pressão da sociedade, a decisão de parar o Brasil por parte dos trabalhadores, a comprovação pelas entidades de fiscais da Previdência de que os “rombos” fantásticos, anunciados pelo governo e a mídia, eram pura invencionice, fizeram com que o primeiro round da luta contra o assalto à Previdência pública tenha sido vitorioso. O governo foi obrigado a reconhecer que não tem os votos necessários para levar à votação sua PEC na próxima semana.
As entidades, que estavam preparando a greve geral, decidiram manter a mobilização e a vigilância para que, caso o governo tente novamente votar o projeto, voltem a chamar a greve. Agora é intensificar a pressão nas ruas e sobre os parlamentares para que não votem pela destruição da Previdência Social. O governo, enfraquecido, teve que desistir de votar a proposta nesta semana e anunciou que “até quinta ou sexta-feira vai “verificar” se tem o apoio necessário para realizar a votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também foi obrigado a reconhecer que “falta muito voto” para garantir a aprovação da reforma. Ele destacou que só pretende pautar a proposta no plenário da Casa quando tiver a certeza de que o Planalto dispõe do apoio para aprovar a PEC, que seguiria ao Senado. Sem os votos, a apreciação do projeto pode ficar para 2018.
As centrais sindicais soltaram nota analisando a situação e, todas elas anunciaram que estão mantendo a mobilização. A CGTB, uma das entidades que ocupa a linha de frente da luta contra a reforma da Previdência, afirmou que continuará nas ruas denunciando as intenções do governo de assaltar as aposentadorias e preparando a greve geral. “Se a votação for remarcada, é greve geral”, advertiu e central. A CSP-Conlutas também informou que está chamando todos os sindicatos e organizações de base a se manterem mobilizados e realizarem assembleias, protestos e manifestações, a manterem a pressão sobre os deputados nas casas e aeroportos. “Não vamos baixar a guarda!”.