O segundo-sargento Silva Rodrigues, membro da equipe de escolta do presidente Jair Bolsonaro, foi preso na terça-feira (25) no Aeroporto de Sevilha, na Espanha, com 39 quilos de cocaína em sua bagagem de mão. A cocaína estava dividida em 37 pacotes de mais de um quilo cada um.
Fontes policiais disseram ao jornal espanhol “El País” que a droga não estava sequer camuflada entre roupas. “Em sua mala, havia apenas drogas”, afirmou uma porta-voz da força policial em Sevilha. O Ministério da Defesa do Brasil informou que abriu um inquérito para investigar o ocorrido.
Apesar de todas as evidências, Bolsonaro disse que precisa de provas para que o integrante da comitiva seja julgado. Ele afirmou numa rede social que “caso seja comprovado o envolvimento do militar nesse crime, o mesmo será julgado e condenado na forma da lei”.
Mal sabia Bolsonaro que seu auxiliar já estava diante de um tribunal tendo que explicar os pacotes de cocaína achados em sua mala. O membro da comitiva de Bolsonaro teve que se apresentar ante um tribunal, nesta quarta-feira (26/06), acusado pelas autoridades espanholas de tráfico de drogas.
A prisão do segundo-sargento ocorreu quando o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou às 14h (horário local) no aeroporto da capital da região da Andaluzia, de acordo com o jornal espanhol “El País”. Já se sabe que ele não passou pelo aparelho de Raio-X, de uso obrigatório, da Base Aérea da FAB em Brasília.
O avião oficial onde estava o militar, que atua como comissário de bordo em voos da FAB, costuma fazer a rota presidencial antes do avião do presidente em viagens longas, e, por isso, fica à disposição do presidente para quando ele pousar no destino.
Bolsonaro estava em viagem para o Japão, para participar da reunião do G-20, e deveria fazer escala em Sevilha. Assim que a notícia da prisão chegou à comitiva oficial, a rota do voo foi alterada e o avião presidencial pousou em Portugal.
Segundo o general vice-presidente, Hamilton Mourão, no exercício da Presidência, o segundo sargento embarcaria a bordo do avião presidencial no retorno do presidente Jair Bolsonaro ao Brasil, depois da viagem à reunião do G-20 no Japão.
“É óbvio que, pela quantidade de droga que o cara estava levando, ele não comprou na esquina e levou, né?”, disse Mourão, ao comentar a prisão. “Ele estava trabalhando como mula e uma mula qualificada, vamos colocar assim”, declarou a jornalistas. Mourão tentou minimizar o estrago dizendo que o militar não fazia parte da comitiva oficial do presidente.
Na verdade, o sargento fazia sim parte da comitiva. O próprio Mourão tinha dito que ele iria se integrar em Sevilha, onde o avião presidencial faria um pouso. “Ele era da tripulação que ficaria na Espanha, essa tripulação fica na Espanha para a troca de tripulações quando a aeronave do presidente lá fizesse sua escala”, afirmou Mourão.