O ministro presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Batista Brito Pereira, afirmou que “foi um equívoco alguém um dia dizer que a reforma trabalhista ia criar emprego”.
“O que cria emprego é o desenvolvimento da economia, é a estabilidade da economia, é o fomento à produtividade, à produção, é a atração a investimentos, enfim, algo que está fora da competência da Justiça do Trabalho”, disse o ministro em entrevista à BBC News Brasil.
Embora defenda que a reforma “moderniza, ou pelo menos favorece a modernização das leis de trabalho”, Brito Pereira reitera que “o que cria empregos são os programas de incentivo à produção, que geram bens, permitem o consumo e fazem girar a economia”, rebatendo a intensa propaganda dos defensores da reforma, sancionada por Temer em 2017, de que a flexibilização das leis trabalhistas geraria milhões de empregos.
O discurso à época da reforma trabalhista era o mesmo dos alardeados agora, no governo Bolsonaro. A falácia de que as reformas, como a da Previdência, ou a Medida Provisória da Liberdade Econômica, as duas em tramitação no Congresso, serão a salvação nacional, com geração de milhões de empregos e aumento do PIB.
Com dois anos de reforma trabalhista, a realidade do país é que o desemprego atinge hoje 13 milhões de brasileiros, 28,5 milhões de trabalhadores subutilizados e 4,9 milhões de pessoas desalentadas, ou seja, que desistiram de procurar emprego.