Houve confrontos diante do Ministério do Trabalho, casa do premiê Tsipras e parlamento grego. Greve geral está convocada para o dia 14
Sindicalistas tomaram as ruas da capital grega depois que o governo iniciou o preparo de uma emenda constitucional para suprimir liberdades sindicais inclusive o direito de greve.
Com palavras de ordem como “Tirem as mãos de nosso direito de greve”, milhares de trabalhadores dirigiram-se à sede do Ministério do Trabaho, diante do qual solicitaram audiência de uma comissão de sindicalistas com o ministro.
Em vez de receber a comissão chamaram tropa policial e desceram portões metálicos à frente do prédio. Os manifestantes formaram um aríete humano (a cena pode ser vista no vídeo https://www.youtube.com/watch?v=5jJ8rntDzWM) e arrombaram os portões para depois retirarem a placa alusiva ao ministério afirmando que “não merece este nome, pois representam os patrões”.
Os choques com a polícia nas ruas de Atenas se alastraram e houve confrontos de manifestantes com a polícia diante do parlamento grego e da casa do primeiro-ministro Alexis Tsipras, depois que a polícia lançou gás lacrimogêneo sobre os sindicalistas que protestaram.
O ataque ao direito de greve é uma tentativa desesperada de barrar a combativa resposta do movimento sindical grego, que resultou em inúmeras paralisações.
Diante das grandes manifestações e protestos generalizados, o governo da coalizão Syriza, que traiu as promessas de enfrentar a Troika (FMI, União Europeia e BC da Europa) e tem submetido o povo grego a um arrocho monstruoso para amealhar o que pode para entregar aos banqueiros anunciou que adia a formulação da emenda e o seu envio ao parlamento.
A PAME, Frente Militante dos Trabalhadores, alerta, em documento divulgado no dia 5, alerta que o governo recuou graças a pronta mobilização e defesa dos direitos sindicais mas não desistiu da agresão e convoca u ma greve geral está convocada para o dia 14.
Ao anoitecer de quarta-feira, ocorreram mais choques com a polícia quando milhares de estudantes voltaram a ocupar as ruas de Atenas no nono aniversário da morte do jovem Grigoropoulos que participava de manifestações contra o despenhadeiro que já se colocava para os gregos desde aquele momento. Ele foi vítima dos confrontos ocorrridos naquele dia do ano de 2008.
Os jovens marcharam cantando “a bala não matou por acaso” e aproveitando a marcha para denunciar a recessão e o desemprego que assolam o país, deixando a juventude sem perspectivas de trabalho. Quando a polícia chegou para reprimir a marcha, foi recebida com coquetéis molotov.