O número de consumidores que ficaram inadimplentes pelo não pagamento de despesas básicas, como água e luz, cresceu 17,2% em junho de 2019 na comparação com o mesmo período do ano passado. A informação é da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), divulgada na segunda-feira (15).
As dívidas com bancos, que inclui cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos tiveram alta de 2,7%.
Considerando o conjunto das dívidas, o volume de consumidores com contas sem pagar e registrados em listas de inadimplentes apresentou uma alta de 1,7% frente a junho de 2018.
Somando todas as pendências, cada consumidor inadimplente deve, em média, R$ 3.252,70. O valor representa quase três vezes e meia o salário mínimo no país (R$ 998,00). Em média, cada devedor tem duas contas em aberto.
IDOSOS
Por faixa etária, o maior crescimento na inadimplência veio da população idosa, entre 65 e 84 anos, cuja alta foi de 7,5%. Com a reforma da Previdência aprovada no Congresso Nacional na semana passada, as condições de vida desta faixa da população tende a piorar ainda mais.
Segundo a pesquisa, do total de consumidores que têm contas em atraso no país, um quarto (25%) está na casa dos 30 anos, fase da vida em que as pessoas tendem a assumir mais compromissos financeiros, como casamento, filhos e despesas domésticas.
A avaliação da entidade, nas palavras do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, é de que o ano de 2019 vem “frustrando as expectativas” de que haveria um processo de retomada econômica. “O desemprego ainda elevado acaba reduzindo a capacidade de pagamento e o apetite às compras”.
Somado os números de desempregados e subempregados, são 28,5 milhões de pessoas – de acordo com dados de maio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A entidade afirma que até abril deste ano, 62,6 milhões de pessoas estavam com contas atrasadas – o que representa quase 41% da população adulta.
No primeiro semestre do ano, o volume de consumidores com contas sem pagar cresceu 0,9% sobre o volume do final de 2018.