O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, afirmou na quinta-feira (18), em rede social, que a Casa não deve passar pelo constrangimento de aprovar alguém sem condições para ocupar a embaixada do Brasil nos Estados Unidos. “O Senado deve cumprir seu papel e não passar por este constrangimento”, disse Randolfe
“Seria muito desgastante e vergonhoso para a instituição aprovar o filho do presidente para um dos principais postos da diplomacia. O senhor Eduardo Bolsonaro não é da carreira do Itamaraty e não tem condições técnicas nem atributos para o cargo”, acrescentou Rodrigues.
O senador Angelo Coronel (PSD-BA) também criticou a intenção de Bolsonaro. Ele disse, também na quinta-feira, em Salvador, que o presidente “menospreza os diplomatas de carreira ao indicar seu filho para o posto em Washington (EUA)”.
“Ser filho do presidente, falar inglês, fazer hambúrguer e ser amigo da família Trump não são predicados pra assumir importante cargo em detrimento de outros nomes de carreira, gabaritados”, afirmou o senador.
Para Angelo Coronel, ele [Eduardo] “terá que mostrar o seu currículo e sua capacidade para sua indicação ser aprovada. Está parecendo capricho do pai querendo agradar o filho”, avalia.
A oposição afirma que conta os votos para barrar a indicação. Nas cálculos do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição na casa, seu grupo tem, hoje, os 41 votos suficientes para impedir a nomeação.
Para evitar que o governo pressione e tente subornar senadores para aprovar a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada, a oposição planeja fazer com que os senadores que votarem contra anunciem seus votos – uma forma de constranger aqueles parlamentares que ficarem em silêncio. Atualmente a votação para a indicação ao cargo é secreta.