“O sangue de pessoas inocentes do Iêmen e de Jamal Kashoggi está nas mãos do presidente”, afirmou o deputado Jim McGovern, democrata, eleito pelo Estado de Massachussets, assim que Trump anunciou o veto à determinação da Câmara dos Deputados proibindo a venda de armas à Arábia Saudita.
Os deputados decidiram que Trump não pode autorizar a venda de US$ 8 bilhões em armas a um país em guerra sem autorização do Congresso, mas a Casa Branca vetou a decisão para seguir alimentando a agressão saudita.
Na sua denúncia acerca das mãos de Trump sujas de sangue inocente, McGovern referiu-se ao massacre de civis através de bombardeio aéreo que já destruiu fábricas de alimentos, hospitais, escolas, festas de casamento, funerais e mesquitas iemenitas, além de um bloqueio que já matou milhares de iemenitas pela fome e falta de medicamentos e ainda uma epidemia de cólera que atingiu o país como efeito colateral do bombardeio e do bloqueio (destruição da distribuição de água potável, da infraestrutura de saneamento e ausência de material de higiene e limpeza).
O deputado também se referiu ao assassinato bárbaro do jornalista Jamal Kashoggi, colunista do Washington Post, saudita que contestava o regime monárquico. Assassinato executado em Istambul, planejado com a participação direta do tirano saudita, Mohammad bin Salman.
Como informa reportagem do jornal inglês, The Guardian, “o pacote de armamentos inclui milhares de mísseis guiados, outras bombas e munição, além de apoio a manutenção de aviões”
Os Emirados Árabes Unidos, que participam do morticínio dirigido contra o povo iemenita, também foram proibidos pela maioria dos deputados de receberem armas fornecidas pelos EUA, mas beneficiados pelo veto de Trump.
A diretora de Política e Advocacia da organização “Vencer Sem Guerra”, Mariam Iskajyan, declarou que o veto de Trump é “de partir o coração” uma vez que “as armas norte-americanas têm sido usadas para assassinatos em massa (incluindo crianças em escolas), para disseminar a fome e a mutilação de milhares de pessoas do povo do Iêmen, que já sofre com a pior das crises humanitárias hoje no mundo”.
“Nunca vamos parar de lutar pelo fim da brutalidade norte-americana no Iêmen”, concluiu Iskajyan.
O deputado Eliot Engel, democrata eleito por Nova Iorque, presidente do Comitê de Questões Externas da Câmara também declarou que “o veto de Trump vai custar vidas inocentes”.
“Estas armas vão continuar a alimentar uma campanha brutal e de violência desenfreada e a exacerbar a pior catástrofe humanitária”, acrescentou o deputado nova-iorquino.
N,B.