“O egoísmo econômico desenfreado dos Estados Unidos é rota para guerras econômicas e guerras reais”, afirmou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em sua intervenção no 23º Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, realizado no início de junho naquela cidade.
Assistiram ao pronunciamento milhares de delegados de todas as partes do mundo, além do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, o presidente chinês, Xi Jinping; presidente da Bulgária, Rumen Radev; premiê da Eslováquia, Peter Pellegrini e o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan
Putin denuncia que os Estados Unidos prejudicam o predomínio da lei e das normas internacionais. “Infelizmente se comportam espalhando sua jurisdição por todo o mundo” e “jogam todos contra todos, um caminho que leva a batalhas sem regras”.
Com isso, diz o dirigente russo, “a competição honesta e aberta é substituída pela linguagem das guerras e das sanções”; passa a valer “a lei da quebra-de-braço e as táticas de apavoramento, da eliminação de competidores, usando os chamados métodos anti-mercado”.
“Vejam”, prosseguiu, “por exemplo, a situação gerada em torno da Huawei a qual eles estão tentando simplesmente não apenas espremer, mas expulsar do mercado global. Esse fato já está sendo chamado de primeira guerra tecnológica da emergente era digital”.
Putin destacou que, apesar do esforço hegemonista norte-americano, novos centros econômicos estão emergindo, moedas regionais se fortaleceram, a balança de poder e dos interesses se moveu. É óbvio que estas mudanças profundas requerem adaptação da parte do sistema e das organizações financeiras internacionais e torna-se necessário repensar o papel do dólar que, depois de se tornar na moeda global das reservas, transformou-se em um instrumento de pressão de um país sobre o resto do mundo”.
Enfim, concluiu Putin, “as relações econômicas internacionais em voga estão em crise nos dias de hoje. É uma crise integral e generalizada. Os problemas se somam e se avolumam nas recentes décadas. Eles são mais sérios e de maior amplitude do que pareciam ser anteriormente”.
Falando logo a seguir, o presidente chinês, Xi Jinping, apoiou as observações de Putin e destacou que a China “está firmemente comprometida com o desenvolvimento sustentável e dá particular importância à promoção da cooperação internacional de tal forma que se possa gerar benefícios mútuos e desenvolvimento universal”.
Enfatizou que as iniciativas chinesas estão “em consonância com a agenda da ONU para o desenvolvimento até o ano de 2030 e comprometida com os objetivos, princípios, metodologia e apoio na comunidade internacional”.