São 28,4 milhões de pessoas, diz IBGE
A taxa de desemprego (“taxa de desocupação”) atingiu 12% no trimestre encerrado em junho, atingindo 12,8 milhões de pessoas, segundo a Pnad Contínua divulgada na quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego representa uma queda de 0,7 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre do ano (12,7%).
A taxa composta de subutilização da força de trabalho foi estimada em 24,8% no trimestre móvel de abril a junho. O número de pessoas subutilizadas no Brasil chegou a 28,4 milhões no trimestre.
O número de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas chegou a cerca de 7,4 milhões no trimestre de abril a junho, um recorde da série histórica. O segundo trimestre fechou com dois recordes na série histórica iniciada em 2012. O número de trabalhadores por conta própria também é recorde, aumentou 1,6% e chegou a 24,1 milhões.
Conforme o IBGE, os empregados com carteira assinada do setor privado somam 33,213 milhões; os empregados sem carteira do setor privado, 11,5 milhões; os trabalhadores por conta própria, 24,141 milhões; os servidores públicos, 11,661 milhões; os trabalhadores domésticos, 6,254 milhões.
O gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, explicou que o pequeno crescimento do emprego “não se deu de forma espalhada pelo país, mas concentrado principalmente em São Paulo e, também, em Minas Gerais”.
“Você tem ainda um contingente bastante expressivo de população subutilizada. São 28 milhões de pessoas, ou seja, um quarto da população da força de trabalho no Brasil está subutilizada. Falar em virada com a subutilização nesse patamar de recorde é minimizar o problema que a gente tem no Brasil hoje”, acrescentou Azeredo.
São considerados subutilizados os trabalhadores que estão desempregados, os que trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam de trabalhar mais, os que não estão desempregados, mas não poderiam aceitar uma vaga no mercado, e aqueles que desistiram de procurar por emprego, chamados de desalentados.
Os dados mostram que o percentual de pessoas desalentadas em relação à força de trabalho ficou em 4,4%, repetindo o recorde da série histórica. Com isso, são 4,9 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego.
De acordo com a Pnad Contínua, o rendimento médio real caiu 1,3% na comparação com o trimestre anterior, chegando a R$ 2.290 em junho. Em janeiro era R$ 2.321. Para Azeredo, essa queda se deve principalmente ao aumento da informalidade, com remuneração mais baixa.