“Eu me recuso a servir o exército porque acredito que está é a melhor e a mais significativa forma para promover os princípios contra a guerra e ajudar a todos que querem o fim da ocupação”, declarou a jovem israelense de 18 anos, Maya Brand-Feigenbaum, ao anunciar sua recusa em servir ao exército israelense.
No dia 30 de julho, Maya foi condenada pela segunda vez a 20 dias de prisão por um tribunal militar. Ela está sujeita a mais condenações caso mantenha sua disposição de se negar a servir na condição de objetora de consciência.
O alistamento militar é obrigatório para a maioria dos judeus em Israel (os estudiosos em escolas religiosas, as Yeshivot, estão isentos do serviço militar).
Em sua declaração, publicada dias antes do primeiro julgamento, já com a decisão de se recusar a servir tomada, Maya, esclareceu que tem “consciência de que precisamos de um exército para nos defender de ameaças reais, mas também há a necessidade de que as pessoas lutem por uma realidade livre da guerra”.
“O controle que já se estende por décadas sobre uma outra nação compromete a segurança de Israel”, deixa claro a israelense que prossegue:
“Como uma mulher que ama seu país, suas paisagens e pessoas, como parte de mim, não posso participar da manutenção desta situação. As atividades contra a guerra vão trazer benefício tanto para o país, como para o mundo ao trazer segurança de longa duração. Agir para resolver o conflito, acabar a ocupação vai beneficiar todos os residentes da terra, sejam eles judeus, muçulmanos ou cristãos”.
Dias antes de sua primeira apresentação na Base de Recepção e Triagem, em Tel Aviv, onde apresentaria sua recusa, Maya recebeu, em sua casa na cidade de Kiriat Tivon (ao norte de Israel), a visita do deputado Ayman Odeh que lidera a Lista Conjunta Árabe que unifica quatro partidos de maioria árabe para concorrer às eleições de setembro próximo.
Odeh chamou Maya de “raio de humanidade que ilumina o caminho para o fim da ocupação e da promoção da paz”.
Preso há 70 dias também por se recusar a servir o exército, Roman Levin saudou a determinação de Maya e declarou: “Minha recusa é um ato de protesto contra uma ocupação que tem durado mais de 50 anos e de solidariedade com o povo palestino na Cisjordânia e em Gaza”.
Levin está servindo a uma quarta condenação. Ele já estava servindo o exército como motorista de caminhão, quando tomou a decisão de interromper o serviço militar.