A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) criticou o cancelamento do contrato da Petrobrás com o escritório de Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“O cancelamento do contrato da Petrobrás com Felipe Santa Cruz é clara perseguição do governo contra o presidente da OAB! Ele ganhou causas pela estatal. É um absurdo!”, disse a deputada Jandira Feghali, líder da Minoria na Câmara.
Depois dos ataques de Bolsonaro a Felipe Santa Cruz e seus familiares, dizendo saber como seu pai, Fernando Santa Cruz, desapareceu durante a ditadura, a Petrobrás rompeu contrato com o escritório de advocacia de Felipe.
Após a divulgação do rompimento de contrato, Jair Bolsonaro não negou que a ordem partiu dele.
“Nem era pra ter esse contrato. Não é porque era ele, é porque a Petrobrás não precisa disso: dar dinheiro para um cara da OAB que recebe recursos bilionários e não é auditado por ninguém”, disse.
O presidente da OAB afirmou que entrará na Justiça com uma ação para reparação de danos, pois “há claramente uma perseguição política em curso”.
Felipe lembrou que salvou a estatal “na causa trabalhista mais grave que ela já enfrentou”, que custaria R$ 5 bilhões a seus cofres.
“Era uma ação rescisória, algo como ressuscitar alguém que morreu. Eu salvei a empresa na causa trabalhista mais grave que ela já enfrentou”, afirmou.
Na segunda-feira, dia 29 de julho, ao reclamar da suposta atuação da OAB no caso de Adélio Bispo, que lhe deu uma facada durante a campanha eleitoral, Bolsonaro atacou Felipe Santa Cruz: “Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele”.
A cobrança de Bolsonaro à OAB é uma falsificação. A OAB não impediu nada durante o processo de Adélio. Ele confunde intencionalmente o processo de Adélio com outro, em que atuou o mesmo advogado, Zanone Manuel de Oliveira, e a OAB agiu conforme sua função institucional, que foi impedir um ato arbitrário contra seu associado. Ele já tinha feito essa manipulação, no início de julho, no Facebook.
Depois, insistindo no assunto, Bolsonaro ainda mentiu dizendo que Fernando Santa Cruz foi morto pela organização, a Ação Popular, em que militava.
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