O presidente nacional do PSDB, deputado federal Bruno Araújo (PE), afirmou na terça-feira (13), em entrevista ao UOL, que “o PSDB vai ser oposição sim nas questões que envolverem posicionamentos autoritários, não civilizados e que não respeitem as instituições”. “O PSDB terá uma posição firme de oposição”, destacou o parlamentar.
O deputado salientou que “expressões como rotular uma região com um nome pejorativo, utilizando de forma pejorativa um nome de estado [referência a chamar nordestinos de “paraíbas”], dizer como vai explicar ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) como o pai foi morto [referência a Fernando Santa Cruz, pai de Felipe Santa Cruz] não podem”.
“Atitudes como esta chocam o mundo civilizado e contra isso o PSDB sempre vai falar com muita firmeza”, disse.
Bruno Araújo falou também da relação do governador de São Paulo, João Dória (PSDB), com Jair Bolsonaro e avaliou o recente afastamento de Dória em relação ao Planalto. “A questão não é associação à pessoa, é associação a ideias. Havia naquela eleição, em relação ao enfrentamento com o PT, Bolsonaro representando tudo o que combatíamos e o que a maioria da população de São Paulo abomina, que foram as gestões do PT”, explicou.
“Então”, prosseguiu Araújo, “é uma relação mútua que do ponto de vista eleitoral tinha absoluta conexão com aquele momento. Mas o governador Doria já reagiu por mais de uma vez em posicionamentos extremos do presidente Bolsonaro”.
“Em relação a posições que são opiniões e soam como autoritárias ou intolerantes o que cabe ao PSDB é criar o contraponto e discordar. Se alguma passa da linha de opinião e entra numa fronteira de algo com um nível de preconceito previsto na legislação penal, aí não é só o PSDB. Aí há todos os instrumentos das instituições”, apontou o líder tucano.
Sobre a situação do deputado Aécio Neves e a exigência feita pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), de que ele seja expulso, Bruno Araújo disse que “o PSDB vai viver uma fase de tomar decisões, e as decisões que forem tomadas e discutidas internamente, respeitando o ambiente democrático do partido, vão ser acatadas”.
Ele lembrou que “toda vez que a pauta for relacionada ao desenvolvimento, à geração de emprego com aumento da renda da população, o PSDB estará de acordo”. “No que se refere à economia moderna, liberdade econômica, estímulo à livre iniciativa, o governo poderá contar com o PSDB”, prosseguiu o tucano.
Sobre o desempenho do PSDB nas últimas eleições, Bruno Araújo, fez um pequeno balanço. “O resultado é que saímos politraumatizados da eleição de 2018 e iniciamos um processo de recuperação”, disse.
“Além dos problemas que nos levavam à exposição de operações como a da Lava Jato, havia se cristalizado em parte substancial da população que o PSDB era um partido que vacilava nas suas posições e não tinha, em algumas vezes, posições claras sobre determinadas questões relevantes da vida política nacional, o que não é justo em si, mas se cristalizou em 2018”, avaliou.