Após afundar o país em recessão técnica, segundo números do IBC-Br do Banco Central, Guedes pediu na segunda-feira (12) para a oposição dar tempo para o governo “liberal-democrata” trabalhar pela recuperação da economia.
“Dê um ano ou dois, dê uma chance para a liberal-democracia. Saibam esperar a sua vez”, afirmou durante seminário sobre a Medida Provisória nº 881/2019 (MP da escravidão), realizado no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
E nós que pensávamos que um governo, qualquer governo, deva começar a trabalhar desde o primeiro dia e não em um ou dois anos…
Passados sete meses e meio, em termos econômicos, o governo Guesdes/Bolsonaro se limitou a duas ações: o envio ao Congresso da PEC de desmonte da Previdência e a promessa de liberação de R$ 500 por cada conta do FGTS, que, ao fim e ao cabo, não dá em nada. Vide o que aconteceu no governo Temer, que também liberou o FGTS e a economia continuou agonizante.
É verdade que o governo Bolsonaro pegou o bastão de Temer com a economia já no fundo do poço. Só que sua política só fez agravar a situação. Tanto assim que o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu -0,2% no 1º trimestre, segundo dados oficiais do IBGE, e -0,13% no 2º trimestre, conforme o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, uma prévia do PIB, ambos na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
Em uma situação como essa, Guedes tem a cara de pau de pedir à oposição que feche os olhos aos juros altos, ao corte dos investimentos e à redução dos créditos públicos.
Como a indústria pode voltar a crescer – tombo de –5,9% da produção industrial em junho, na comparação com junho de 2018 – com juros reais siderais e redução dos financiamentos – queda de 39% no 1º semestre – do Banco Nacional de Desenvolvimento econômico e Social (BNDES)?
Tal o qual o ladrão que, para se safar, grita “Pega ladrão!”, Guedes disse que os 13 milhões de desempregados “são resultado de 40 anos de desaforo, de intervencionismo”.
É o contrário. Durante 50 anos de “intervencionismo”- a partir da Revolução de 30 -, com o fortalecimento das estatais e da indústria privada nacional, nunca houve desemprego nessas proporções.
A política neoliberal do “estado mínimo” e os acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) possibilitaram que milhões de brasileiros fossem jogados no olho da rua.
Guedes afirmou que o seminário é uma celebração da “liberdade econômica” e registrou que fala em “tirar o Estado do cangote” do brasileiro.
Mais uma falácia de Guedes. Sem a proteção do Estado, o povo ficaria a mercê dos monopólios, seja na saúde e suas OSs– até a sogra do Bolsonaro ficou dias em uma maca em corredor de hospital -, na educação (Future-se), transporte etc.
Para o ministro de Bolsonaro, a reforma trabalhista Temer gerou 3 milhões de empregos. “Só que 4 milhões foram destruídos no período pelo obscurantismo ideológico”.
Esses milhões de empregos supostamente criados é pura ficção, pois ninguém sabe, ninguém viu. Vide os sucessivos números da Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 28,4 milhões de brasileiros, entre desempregados e subempregados, no abandono.
A prosperidade, frisou, vem pela concorrência, mas que a intervenção do Estado impede que ela ocorra, esquecendo olimpicamente os monopólios e os cartéis privados.
Guedes atacou os sindicatos ao frisar que estes só querem garantir os privilégios das categorias que representam: “Se são tão prestativos e úteis à sociedade, permitam que a contribuição seja voluntária”, ao se referir à contribuição sindical.
Mas o ataque à contribuição sindical se limitou aos sindicatos dos trabalhadores e não aos do patronato.
Gostaríamos de saber como seria se o pagamento do Imposto de Renda fosse voluntário – e também do ICMS, ISS, IPTU, IPVA, IPI, IOF etc.
Mostrando total ignorância sobre o assuto, fez a temerária afirmação de que a organização sindical atual é fruto da Carta del Lavoro, do fascismo.
Como disse o advogado Arnaldo Süssekind, integrante da comissão que elaborou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), quem diz isso é porque não leu a Carta ou está de má-fé.
Para Guedes, quando havia protestos ou greves dos metalúrgicos do ABC, que eram reprimidos, “parecia coisa da ditadura”. No entanto, sublinhou, a “ditadura estava garantindo salários extraordinários para aquele grupo seleto de trabalhadores”.
E foi além. Disse que o movimento sindical foi parceiro da ditadura. Em nota, divulgada na noite de terça-feira (13), as Centrais Sindicais repudiaram a agressão de Guedes.
A seguir, trechos da nota.
“Paulo Guedes não tem moral para falar do movimento sindical”.
“Além de ofender a memória de trabalhadores perseguidos, presos, torturados e assassinados por aquele regime, ele mostrou, com esta declaração, que não conhece a história do Brasil. O que ocorreu foi o inverso do que sugerem as infâmias vomitadas pelo senhor Guedes. Na ditadura de 1964, os sindicatos foram vítimas de intervenções, com seus dirigentes mais combativos afastados compulsoriamente e colocados no limbo pelo regime”.
“Ao contrário do que afirmou Guedes, o movimento sindical não apenas não se aliou ao regime como lutou bravamente pela redemocratização e pela Constituinte”.
“O senhor Paulo Guedes, que se comporta como um porta-voz do mercado financeiro, revela-se agora um eloquente mentiroso. Ele que se diz liberal, serviu ao ditador sanguinário Augusto Pinochet, no Chile, e agora serve a um governo de extrema direita, intervencionista, retrógrado, que defende a tortura e os torturadores”.
Para fugir de perguntas de jornalistas, Guedes saiu do seminário às pressas, pois, segundo ele, está preparando “muitas reformas”.
VALDO ALBUQUERQUE
Além de A FAVOR DO + RICOS, o Ministro contra os pobres é MENTIROSO.
País em Recessão e tem coragem de pedir tempo para que??? Ficar vendo a economia piorar ainda mais???
Temos mais é que sair a rua protestando contra esses mentirosos FACISTAS ??
Quer mais tempo pq eles sabem brm que se o governo cruel reacionário cair agora, nem o vice assume e a chapa pode ser caçada. Queremos mais é que caiam todos antes de dois anos seu desonesto intelectual fascista. Economosta só para rico já existe, gerente bancário; queremos medidas para todos os brasileiros.
Bando de Noticiario canalhas e desinformadores. Inimigos do bem. Marginais acondicionados a farra do dinheiro facil. Muito complicado ver esses bandidos minarem toda engrenagem para ver o pais levantar voo. Criar reportagem tendenciosa e marginal como esta! Triste Brasil!
#Bolsonaro2022
Nós entendemos o seus nervosismo, leitor. A decepção foi grande. Vocês acharam que o Bolsonaro era a solução e estão vendo que ele é o problema. A culpa não é nossa. Estamos registrando os fatos.
Q país c vive meu amigo?
És um dinamarquês em um corpo de Sul americano???