“O vínculo entre Brasil e Argentina deve ser indissolúvel, somos sócios demasiado profundos para que se pense que isso possa se dissolver por um presidente de conjuntura, que se chame Bolsonaro ou Fernández”, declarou o candidato da coligação “Frente para Todos”, Alberto Fernández, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner e que saiu na frente nas recentes Primárias Ampliadas, superando o atual presidente Macri por 49% a 33%.
Fernández assim falou respondendo a diatribes proferidas por Bolsonaro quando soube da derrota de seu preferido, Maurício Macri. Então desandou a falar coisas do tipo: “Argentinos fugirão para o Brasil se a ‘esquerdalha’ voltar ao poder” ou chamando os vitoriosos na disputa pelo próximo mandato na Casa Rosada de “bandidos de esquerda”.
Fernández deixou claro que não tem intenção de entrar nesta discussão de baixo calão, afirmando: “Se Bolsonaro quer bailar este tango não conte comigo. É o presidente que os brasileiros elegeram, com todas as diferenças que tenha deve ajudar a que Brasil e Argentina aprofundem seus vínculos”.
Ele também se referiu a uma mal colocada afirmação do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que “se Fernandez e Cristina resolverem fechar a economia argentina, o Brasil sai do Mercosul”.
Em entrevista ao jornal argentino La Nación, dia 18, disse a Bolsonaro e Guedes que defende o Mercosul, para ele “uma questão central” e, sugerindo que “fiquem tranqüilos”, acrescentou: “Não penso em fechar a economia e o Brasil continuará nosso principal parceiro”.
Fernández esclareceu também que não é contra a formação de blocos econômicos, desde que não prejudiquem os interesses nacionais dos seus partícipes, que devem ser defendidos: “Meu problema não é que a economia se abra. Meu problema é que essa abertura prejudique os argentinos. Se for aberta, preservando os argentinos, que seja bem-vinda”.