O governo subestimou completamente a quantidade de mortes provocada pela passagem do furacão Maria em Porto Rico, no dia 20 de setembro, para esconder a completa ausência de investimentos de Washington na sua colônia.
Conforme revelaram investigações independentes, os mortos – devido principalmente aos graves problemas de infraestrutura no Estado “livre associado” – totalizam 1.062, número muito superior aos 62 divulgados oficialmente. Tudo porque naqueles dias os hospitais encontraram enormes dificuldades, devido à pane na eletricidade, para atender a população com o comprometimento do funcionamento dos centros de diálise e de aparelhos de respiração artificial, assim como o fornecimento de medicamentos. Mesmo hoje, a rede elétrica encontra-se com problemas na ilha caribenha.
O levantamento calculou que, entre os dias 20 e 30 de setembro de 2016, a média diária de óbitos na ilha era de 82, enquanto neste ano morreram diariamente 118 no mesmo período.
Estudos da Universidade Estadual da Pensilvânia reforçam a tese de que o governo ocultou o impacto da tragédia, pois indicam que, no período em questão, dez vezes mais pessoas faleceram em Porto Rico do que os dados oficiais.
No mesmo sentido aponta o Centro de Jornalismo de Investigação de Porto Rico, que relata terem ocorrido 1065 óbitos a mais do que o habitual na ilha, após a passagem do furacão.