A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), afirmou que a “postura irresponsável” de Jair Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, quanto ao desmatamento da Amazônia “só agrava a emergência ambiental no Brasil”. A Rede protocolou, na quinta-feira (22), um pedido de impeachment de Salles junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Estamos vivendo um momento de barbárie ambiental no Brasil, promovida pelo governo Bolsonaro. O povo brasileiro, sua parcela sensível e consciente, deve responder em nome das gerações futuras, da Amazônia e de toda a natureza”, afirmou Marina através de suas redes sociais.
Desde 1º de janeiro até a última quarta-feira (21), foram identificados 74.155 focos de incêndio na Amazônia, uma alta de 84% em relação ao mesmo período do ano passado. A resposta de Bolsonaro foi que os incêndios podem ter sido causados por ONGs e pelos governadores da Amazônia que querem queimar sua imagem.
Para Marina, “a Amazônia está sendo queimada por uma mistura de ignorância com interesses truculentos. O governo está inaugurando um tempo de delinquência livre, em que se pode agredir a natureza e as comunidades sem receio de punição”.
Enquanto a Amazônia está em chamas, “o ministro do Meio Ambiente fala em fake news e sensacionalismo. O presidente diz que ONGs podem estar por trás disso. A falta de compromisso com a verdade é uma patologia crônica. Essa postura irresponsável só agrava a emergência ambiental no Brasil”.
IMPEACHMENT
A Rede protocolou, na quinta-feira (22), junto ao STF, um pedido de impeachment do ministro Ricardo Salles. O pedido foi assinado pelos senadores Randolfe Rodrigues (AP) e Fabiano Contarato (ES) e a deputada federal Joenia de Carvalho (RR).
Segundo Randolfe, “Salles cometeu crime de responsabilidade. Além disso, cabe destacar a omissão em relação ao aumento do desmatamento na Amazônia e das queimadas que estão atingindo a região. Pedimos o impeachment de Salles, sobretudo, em defesa do Meio Ambiente”.
No documento, os parlamentares argumentam que Ricardo Salles não cumpriu seu dever relativo à “Política Nacional do Meio Ambiente e à garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado” e perseguiu “agentes públicos” que apenas estavam cumprindo sua função.
“O papel do ministro do Meio Ambiente enquanto executor da Política Nacional do Meio Ambiente é buscar o objetivo de preservar, melhorar e recuperar a qualidade ambiental. No entanto, temos visto justamente o contrário”, afirmaram.
“As estatísticas de todas as fontes – governamentais e não governamentais – indicam retrocessos significativos nos indicadores ambientais no período sob a gestão do atual Ministro de Meio Ambiente”.