Em outubro de 2017, o comércio varejista caiu -0,9% ante setembro – o maior recuo para o mês desde 2008 – conforme revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através de dados da pesquisa mensal sobre o setor. Divulgado na quarta-feira, a variação sobre o volume de vendas é resultado de quedas registradas em cinco das oito categorias do varejo pesquisados. A queda de -0,3% no setor de hipermercados, supermercados e produtos alimentícios exerceu maior peso sobre o resultado geral, já que sozinho corresponde a grande parte das vendas.
Os dados de consumo das famílias continuam apresentando-se como grande sintoma de um país em recessão, apesar da negação descarada do governo Temer e sua equipe econômica.
Em outubro de 2017, o comércio varejista caiu -0,9% ante setembro – o maior recuo para o mês desde 2008 – conforme revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através de dados da pesquisa mensal sobre o setor.
Divulgado na quarta-feira (13), a variação sobre o volume de vendas é resultado de quedas registradas em cinco das oito categorias do varejo pesquisados.
No caso do varejo ampliado (que inclui veículos, motos e material de construção), o tombo de um mês para o outro chegou a -1,4%.
O IBGE revisou os dados do varejo de setembro. Ao invés de um crescimento de apenas 0,5% nas vendas, conforme havia sido divulgado, o resultado ficou ainda mais próximo de zero, – 0,3%.
Setores
A queda de -0,3% no setor de hipermercados, supermercados e produtos alimentícios exerceu maior peso sobre o resultado geral, já que sozinho corresponde a grande parte das vendas.
Além disso, a queda na atividade de supermercados representa que as famílias estão cortando o consumo até mesmo de itens considerados de primeira necessidade, como alimentos e produtos de higiene pessoal. Portanto, um grande indicador econômico.
Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Contínua, também do IBGE, são 12,7 milhões de brasileiros desempregados, num total de 26,8 milhões sem emprego, se considerarmos aqueles considerados “empregados”, mas que na verdade sobrevivem de trabalhos informais, mal (ou não) pagos e degradantes.
O segmento de tecidos, vestuários e calçados caiu -2,7%; o de móveis e eletrodomésticos, -2,3% em apenas um mês, e foram outras contribuições pesadas para a queda mensal. Neste caso, além de reflexo direto do desemprego e do arrocho salarial, o escasso acesso ao crédito teve grande influência.
O comércio de outros artigos de uso pessoal e doméstico variou de setembro para outubro -3,5% e; artigos farmacêuticos, medicamentos e cosméticos, -0,7%.
No caso dos segmentos cobertos pelo que o IBGE considera varejo ampliado, houve queda de 0,8% no varejo de automóveis, motos e peças; e de -0,5% na venda de materiais de construção em outubro.
O IBGE atribuiu a queda ao “adiamento” do consumo por contas das promoções em novembro anunciadas na Black Friday – dia de promoções no varejo que ficou conhecido como “black fraude”, pelos juros embutidos, produtos com defeitos ou trocados e a enorme quantidade de queixa dos consumidores juntos ao Procon.
Mas, como vimos, não foi apenas o consumo de bens duráveis que caiu em outubro enquanto a população esperava as ofertas, mas também a compra de alimentos e medicamentos, cuja necessidade não aguarda promoções.
Além da queda de outubro, o IBGE revelou na pesquisa a revisão dos dados de setembro (ante agosto) de crescimento de 0,5% para 0,3%.
Por região
Em 22 dos 27 estados da Federação o comércio varejista caiu em volume de vendas na passagem de setembro para outubro. Em 18 deles, a queda foi acima da média nacional, como é o caso de Roraima (-5,2%), Alagoas (-4,5), Mato Grosso (-3,3%), Paraná (-2,5), Pernambuco (-2,5%), Amazonas (-1,9%), Rio de Janeiro (-1,8%) e Distrito Federal (-1%).
Em São Paulo, estado importante para o comércio, a queda foi de -0,9%.
PRISCILA CASALE