Em 31 de julho, dois dias depois do massacre que deixou 58 mortos – 16 decapitados – no presídio de Altamira, sudoeste do Pará, a Rotam, tropa de elite da Polícia Militar, apresentou ao governador Hélder Barbalho um hino comemorativo aos seus 13 anos de existência:
“O batalhão é combatente
arranca a cabeça
e deixa pendurada
É a Rotam patrulhando
a noite inteira
Pena de morte à moda brasileira”
Diante do libelo anticivilizatório, o governador não tugiu nem mugiu. O vídeo de um minuto que circula pelas redes sociais, registrando a ocorrência, é chocante, porém bastante esclarecedor.
Em nota, a Polícia Militar informou que a macabra canção não deve ser considerada como um hino oficial. Não disse – porque não era preciso – que em tempos de Bolsonaro o certo é considerá-la um hino oficial “à moda brasileira”. Assim como incendiar a mata amazônica para promover o desflorestamento também é uma política ambiental “à moda brasileira” pois a Lei não permite que ela seja assumida como política ambiental oficial.
Não é surpresa que a rejeição a essa aberração que pretende se passar por governo já tenha ultrapassado a aprovação em mais de 10 pontos percentuais. E estamos somente há oito meses da posse.
(SÉRGIO RUBENS)
Assista ao vídeo