Funcionalismo aprova greve dia 19 e se soma aos trabalhadores dos transportes
Servidores públicos federais de todo o país anunciaram nesta quarta-feira, 13, que estão aderindo à Greve Geral no dia 19 de dezembro contra a reforma da Previdência de Temer: “Se votar, o Brasil vai parar”.
O Fórum das Entidades Nacionais do Serviço Público Federal (Fonasefe) lançou uma nota se dirigindo às Centrais Sindicais e ao conjunto dos trabalhadores brasileiros “para que intensifiquem a luta e convoquem greve geral para derrotar a reforma da previdência”. A entidade denuncia que “o governo Temer está disposto a atender aos pedidos do empresariado e aprovar a Reforma da Previdência antes de fechar o ano de 2017, inclusive os chama para disputar os parlamentares para aprovarem o fim da aposentadoria dos trabalhadores e trabalhadoras”.
Além do Fonasefe, o Fórum Nacional de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), a Federação de Sindicatos dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Brasileiras (Fasubra), a Federação dos Trabalhadores do Judiciário Federal (Fenajufe) e a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) também aderiram à Greve Geral do dia 19, reforçando a convocação já feita pelos trabalhadores do transportes de São Paulo.
As entidades participaram na terça-feira de uma Audiência Pública em que denunciaram o “pacote de maldades” do governo Michel Temer, que “inclui a reforma da Previdência, os planos de demissão voluntária, o adiamento de reajustes salariais, a flexibilização da estabilidade no emprego público (PLS 116/17) e o aumento da contribuição previdenciária de 11% para 14% (MP 805/17)”.
Para o presidente da Fasubra, Gibran Jordão, o momento é decisivo porque “nós estamos na antessala de derrotar esse governo em relação à reforma da Previdência. Essa vitória vai dar ânimo à classe trabalhadora, vai demonstrar que é preciso lutar e que é possível vencer. Na semana que vem, se esse governo colocar para votar, o Brasil vai parar”, anunciou.
O Governo Federal tentou colocar em votação a PEC do assalto à Previdência (PEC 287) ainda no início do mês, no dia 6 de dezembro, mas recuou frente à mobilização das centrais sindicais e trabalhadores, que anunciaram Greve Geral caso fosse de fato à votação. Agora os esforços do governo retornaram, mas ainda não há confirmação dos 308 votos necessários para aprovar a PEC na Câmara.
Temer anunciou que começaria a debater o tema na Câmara nesta quinta-feira, 14, para pôr em votação no dia 19, e mais uma vez o conjunto dos trabalhadores, tanto do setor público quanto do setor privado, avisaram: se colocar para votar, o país vai parar.
A confusão no Congresso é tanta que o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), chegou a anunciar que a votação já havia sido adiada para o início do ano que vem. A informação foi desmentida por nota de Temer. A verdade é que a aprovação da PEC é cada vez mais difícil, uma vez que os deputados sabem que aprovar um projeto como esse é cometer suicídio político, e não querem arriscar perder seu foro privilegiado.
Além das “negociações” de votos, que incluem encontros às escuras com membros do governo, liberação de verbas para emendas parlamentares, etc, o governo tenta ganhar o apoio da população, chegando a veicular uma campanha publicitária na televisão em que acusa os servidores públicos de serem “privilegiados”, e que a reforma da previdência “consertaria” esse privilégio.
Durante a audiência, as lideranças sindicais também classificaram a campanha de “mentirosa e desrespeitosa” por colocar os servidores públicos federais como vilões dos gastos públicos. “Os verdadeiros privilegiados com recursos públicos são os políticos corruptos, os banqueiros e as grandes empresas beneficiadas com perdão de dívidas fiscais”, disse Gibran Jordão.
Em sua nota o Fonasefe defende que “é preciso resistir e defender a aposentadoria dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras. É preciso barrar essa reforma (…) é necessário que as centrais convoquem greve geral contra a reforma da previdência”, completa.