
Nesta quinta-feira (30), a Polícia Civil do Pará prendeu um suspeito de provocar incêndios em áreas de floresta no sudeste do estado. José Brasil de Oliveira foi preso em Goiânia. Segundo as investigações, ele é um dos suspeitos de mandar desmatar uma área de proteção ambiental de 20 mil hectares na Fazenda Ouro Verde, em São Félix do Xingu.
Ao todo, a polícia identificou três suspeitos de provocar queimadas em uma área de floresta nativa no sudeste do Pará. Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos, em Redenção (PA). Durante as buscas foram apreendidos vários documentos, celulares e munições.
O trio é formado José Brasil de Oliveira e Geraldo Daniel de Oliveira, donos da fazenda Ouro Verde e pelo gerente da propriedade, João Batista Rodrigues Jaime. Geraldo e João Batista estão foragidos.
GALÕES DE GASOLINA
A operação da Polícia Civil apreendeu dezenas de galões com gasolina que eram usados na queimada da mata. A propriedade fica dentro da Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu. A apreensão ocorreu durante operação policial que cumpriu mandados de busca e apreensão na fazenda.
De acordo com as investigações, foram queimados mais de 5 mil hectares de área de floresta nativa. O inquérito foi aberto para investigar incêndios criminosos na área e aponta Geraldo Daniel de Oliveira, dono da propriedade, como suspeito de ter contratado mais de 50 homens para derrubar 20 mil hectares na área na APA Triunfo do Xingu.
Uma denúncia do Ministério Público do Estado (MPPA) diz que os irmãos contratavam pessoas para promover queimadas em unidade de conservação no Pará e motoqueiros para ameaçar agentes ambientais.
Funcionários da fazenda foram ouvidos pela Polícia Civil e confirmaram que o objetivo do uso do combustível era provocar o incêndio criminoso na floresta. De acordo com a polícia, os trabalhadores relataram que os galões eram levados aos poucos para o interior da mata para provocar a queimada. No local, foram encontrados galões de tamanhos diversos, a maioria com capacidade para armazenar até 200 litros de combustível.

IBAMA
Também na quinta, em uma operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os agentes identificaram um desmatamento de 1.500 hectares na Terra Indígena Ituna Itatá, entre os municípios de Altamira e Senador José Porfírio, no Pará.
Os fiscais destruíram uma serraria e três acampamentos. A quantidade de madeira apreendida poderia encher até 20 caminhões. “O nosso foco é frear esse desmatamento que está em andamento para evitar que essa área seja futuramente queimada”, disse o agente do Ibama, Hugo Loss.
Depois de um pedido urgente do Ministério Público Federal, policiais e agentes do Ibama fizeram um sobrevoo na Terra Indígena Trincheira/Bacajá, também no Sudoeste do Pará, onde os índios Xikrin estão em conflito com grileiros. Durante os primeiros levantamentos na área, foi constatada a existência de garimpos ilegais, invasões de terra e desmatamento.