O governo mexicano inabilitou por quatro anos a Odebrecht de participar “em procedimentos de contratação ou de celebrar qualquer contrato” com a administração pública federal, empresas estatais ou subsidiárias, nem com governos estaduais quando utilizarem recursos federais. Anunciada pela Secretaria da Função Pública, a determinação foi publicada na última segunda-feira no Diário Oficial.
Arrecadador da campanha do presidente Peña Nieto, membro do seu gabinete e presidente da estatal Petróleos Mexicanos (Pemex), Emilio Lozoya Austin recebeu da Odebrecht propinas de pelo menos US$ 10 milhões para que a construtora brasileira – vitaminada com recursos públicos do BNDES – ganhasse contratos fraudados para realizar diversas obras no país. Como retribuição ao suborno, também seria repassado à empresa os negócios de água e eletricidade no Estado de Vera Cruz, para o qual a Odebrecht recebeu inclusive diversas autorizações do governo federal mexicano.
Conforme testemunharam aos fiscais da Lava Jato os ex-diretores da Odebrecht Luis Alberto de Meneses Weyll, Luiz Mameri e Hilberto da Silva, citando pormenores como datas, nomes, quantias e contas bancárias, os dólares foram pagos no México.
A forma e o conteúdo da transação são o padrão da empreiteira, confirmou um dos responsáveis pelo “departamento de propina” da Odebrecht, Vinicius Veiga Borin, em depoimento à força-tarefa da Lava Jato.