A jornalista Hildegard Angel recebeu a certidão oficial de óbito do irmão, o estudante Stuart Angel, e da mãe, a estilista Zuzu Angel, mortos pela ditadura na década de 70, segundo informa a colunista Mônica Bérgamo, nesta segunda-feira (09). Os documentos revelam como causa dos óbitos ‘morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro’.
Os atestados, que foram entregues na sexta-feira (6), falam em morte violenta “no contexto da perseguição sistemática e generalizada a população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985”.
Stuart Angel Jones era militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8) e foi preso e torturado até a morte na base aérea do Galeão, no Rio, em 1971.
Zuzu Angel, sua mãe, morreu cinco anos depois após um acidente de carro planejado pela ditadura. Zuzu havia organizado uma ampla campanha de denúncias no Brasil e no mundo das torturas e mortes provocadas pela ditadura.
Segundo Bérgamo, a procuradora Eugênia Gonzaga, enquanto presidia a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, emitiu a declaração com as condições da morte.
Eugênia foi afastada neste ano por Jair Bolsonaro. “A Justiça autorizou a retificação de que Zuzu não teria morrido acidentalmente, mas em razão de perseguição política, como reconheceu a Comissão Nacional da Verdade”, afirmou Eugênia.