O programa de privatização de aeroportos de Dilma Rousseff (PT), comandado por seu então Minisitro da Aviação Civil, Moreira Franco – o mesmo que hoje assessora o desmonte de Temer (PMDB) -, além de ter doado o patrimônio público, foi, ao contrário do que se dizia na época, um rotundo fracasso. Não houve nenhuma melhora na gestão dos aeroportos depois que passaram a ser geridos pelas tão elogiadas operadoras estrangeiras. E, agora, a Odebrecht, que tinha 31% da concessionária, acaba de anunciar a venda de sua fatia no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, o segundo maior aeroporto do Brasil, para a Excelente BV, do grupo Changi, de Cingapura.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou que a Odebrecht Transport, divisão de investimentos em mobilidade do grupo Odebrecht, que também tinha como sócia a operadora de aeroportos Changi, de Cingapura (20%) e a Infraero (49%), vendesse a sua participação na concessionária para o grupo de Cingapura.
A Excelente BV substituirá a chinesa HNA Infrastructure Investment Group, que chegou a acertar a compra da participação da Odebrecht na RIOgaleão, inclusive recebendo o aval do Cade, mas não obteve todas as autorizações exigidas pelo governo chinês dentro do prazo estipulado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O grupo Odebrecht, que chefiava o chamado “Cartel do Bilhão”, participou ativamente do assalto aos cofres públicos patrocinado por um conluio entre empresários, funcionários das estatais, lobistas, doleiros e agentes políticos com poder de decisão no governo petista, para superfaturar obras e obter contratos prejudiciais ao país em troca de propinas.
Agora, a empresa anuncia que pretende vender R$ 12 bilhões em ativos. A promiscuidade que garantiu a esses monopólios se apoderarem do patrimônio público, agora, com essas decisões, vão significar, mais do que a queima dos bens que pertenciam ao povo, vão significar também uma maior desnacionalização das empresas e da economia brasileira.