A economia do país registrou nova queda de 0,20% em julho, na comparação com junho, segundo dados do Monitor do PIB apurados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Segundo o economista responsável pela pesquisa, Claudio Considera, “a economia continua travada, com sinais conflitantes”.
A retração em julho é explicada pelo desempenho do setor industrial, combalido pela crise. Em especial as quedas na produção dos ramos de eletricidade (-3,6%), transformação (-1,1%) e construção (-1,1%) tiveram grande peso para o resultado. Segundo a pesquisa mensal do volume de produção industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria recuou em julho ante junho em -0,3%.
A agropecuária – que sustentou por muitos meses o Produto Interno Bruto (PIB) para que os resultados não fossem pior do que já foram – caiu -1,3% no período, de acordo com os dados da FGV.
O governo continua comemorando resultados medíocres – como o resultado do PIB no segundo trimestre deste ano que cresceu 0,4% na comparação com o primeiro trimestre, depois de cair -0,2% nos três primeiros meses do ano em relação ao último trimestre do ano passado – mas são poucos os que discordam de que 2019 é um ano perdido.
O chamado Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, foi divulgado na semana passada apresentando uma queda de -0,16% em julho, na comparação com o mês anterior – portanto, semelhante aos cálculos da FGV.
A previsão para 2019 é de crescimento de apenas 0,85%, segundo projeção do próprio governo, e de 0,87% de acordo com o boletim Focus, do Banco Central.
PRISCILA CASALE