O ex-governador Ciro Gomes (PDT), denunciou, em vídeo divulgado na quarta-feira (25), que a politica de segurança pública que prioriza o enfrentamento a esmo nas comunidades, como está fazendo o governador bolsonarista do Rio, Wilson Witzel, “é o mais puro nazismo genocida”.
“Segurança Pública não é aparato, não é tiroteio na rua, não é enfrentamento cara a cara, expondo os trabalhadores, as donas de casa e crianças indo para a escola a estilhaços dessas perdidíssima guerra”, disse Ciro.
O líder pedetista não poupou críticas às atitudes arrogantes do governador do Rio. “Pode acreditar numa coisa, quando o senhor Witzel tem quase cinco pessoas por dia, policiais inclusive, morrendo nessa luta maluca que ele está estimulando, crianças ficam apavoradas dentro de escolas. É uma vergonha o governador estimular tiroteios partindo de dentro de helicópteros”, denunciou.
“Nenhum grande narcotraficante foi preso pelo senhor Witzel”, observou Ciro. “Nenhum grande sequestrador, para bem dizer, o cidadão que foi apanhado com mais de 200 fuzis contrabandeados [comparsa de Ronnie Lessa, acusado pelo assassinato de Marelle Franco] foi colocado solto nas ruas, por desgraça, no mesmo dia em que a Ágatha foi assassinada com um tiro de fuzil pelas costas”, denunciou. “Uma criança de 8 anos e mais uma família destroçada. Nós precisamos dar um basta a isso”, prosseguiu.
Ele falou também sobre os episódios recentes que estão atingido seu estado, o Ceará. “Na nossa Fortaleza, de novo, está acontecendo um enfrentamento da nossa polícia com as facções criminosas. Mas aqui não morreu nenhum policial nesse enfrentamento e aqui também não se disparam tiros a esmo, de maneira que nós não temos praticamente nenhum grande ou grave incidente”, destacou. “Temos problema, mas não temos a violenta presença de cinco mortes de civis por dia pela polícia, como está acontecendo, do Rio de Janeiro”.
“Que morra um bandido que está atacando injustamente um policial, que é um, trabalhador, um pai de família, é da lei, não precisa que ninguém autorize, porque não precisa de lei nenhuma. Se ele está ameaçando o policial ou a terceiros, é da lei que a polícia deve ter energia, deve usar moderadamente essa energia, deve poupar, sempre que possível, a vida, e levar o culpado para o julgamento severo na Justiça. Tudo isso está faltando no Brasil”, argumentou Ciro Gomes.
Ele analisou as origens desse problema do agravamento da violência. “O nosso povo está com medo. A violência está espetada como um espinho no coração de todas as famílias brasileiras e 14 anos de governo Lula, Dilma e Michel Temer, aparentemente, não foram capazes de oferecer nenhuma solução estratégica para este gravíssimo problema que é a violência no Brasil inteiro”, afirmou.
“Isto predispôs o nosso povo a votar em gente que fala razamente, fala grosseiramente, de forma simples, sobre o problema. E essa é a tese. Bandido bom é bandido morto. Então, para uma sociedade que está amedrontada, ouvir o Bolsonaro falar que bandido bom é bandido morto, e o Witzel que o imitou, enfim, esses fascistas que apareceram no Brasil, sabem que simplificando grosseiramente, eles vão conseguir falar para o coração do nosso povo”.
Para Ciro, o caminho é outro. “A modernidade, a tecnologia, a inteligência policial se infiltrar nas organizações, mapear os responsáveis e tirá-los cirurgicamente de circulação, agravar as penas, isolar os cabeças em presídios federais, cortar as comunicações. Isso e somente isso é que vai resolver”, disse ele.
“Temos que ter uma polícia severa, baseada na ciência, na tecnologia da investigação, na inteligência policial mapeando as cadeias do crime organizado e prendendo os cabeças que não vivem nas favelas, não vivem no morro”, defendeu. “Quem vive na favela e no morro são as buchas de canhão de uma juventude cooptada, porque falta a ela as escolas que prestem, falta a elas lazer, falta a elas a consciência de que um consumismo exagerado não leva a lugar algum. Falta a elas o ensino de tempo integral”, completou o ex-governador.