Congressistas peruanos aprovaram na sexta-feira (15) uma moção para iniciar procedimentos de impeachment do presidente Pedro Pablo de Kuczynski em votação prevista para a quinta-feira( 21). Documentos enviados ao Congresso comprovaram que a Odebrecht pagou 4,8 milhões de dólares para duas empresas de propriedade de Kuczynski.
A moção foi aprovada com 93 votos e 17 contra, embora apenas 48 fossem necessários para ativar o processo. O futuro do presidente será decidido na próxima quinta-feira, 21 de dezembro, às 9:00 da manhã, quando Kuczynski deve comparecer diante do Parlamento, conforme o Jornal El Comercio.
Horas antes da decisão, o presidente peruano negou as informações documentadas: “Não tive nada a ver com a assinatura desses contratos”, referindo-se às acusações de que uma de suas empresas recebeu dinheiro da empreiteira.
A maioria dos peruanos quer que o presidente Kuczynski deixe o cargo, de acordo com uma pesquisa divulgada neste domingo (17), depois que seus índices de aprovação caíram drasticamente com as revelações de que empresas ligadas a ele receberam pagamentos da empreiteira brasileira Odebrecht. 57% dos entrevistados agora preferem que ele deixe a presidência, disse a Ipsos, responsável pela pesquisa.
Os novos dados sugerem que os peruanos estão rapidamente perdendo confiança em Kuczynski depois que documentos comprovaram que a Odebrecht pagou 4,8 milhões de dólares para duas empresas suas. O número de peruanos que reprovam Kuczynski aumentou 10 pontos percentuais e agora chegou a 75%, segundo a mesma pesquisa.
Caso ele seja retirado do cargo, o vice-presidente Martin Vizcarra, que também atua como embaixador no Canadá, assumirá a presidência. Novas eleições só seriam convocadas se Vizcarra, bem como o segundo vice-presidente da Kuczynski, renunciassem ou fossem indeferidos.
Na pesquisa, 67 % dos peruanos disseram que novas eleições devem ser realizadas. Apenas 30% aaceitam que Vizcarra deve assumir.
Dois ex-presidentes peruanos, Ollanta Humala e Alejandro Toledo, viram seus nomes também ligados ao esquema de propinas da Odebrecht. Humala foi preso em julho e aguarda julgamento e as autoridades esperam extraditar Toledo dos Estados Unidos.