A produção de automóveis em setembro foi de 247,3 mil, registrando uma queda de 8,3% em relação ao mês de agosto. O número de licenciamentos realizados pelos Detrans em todo o país foi de 234,8 mil veículos, um recuo de 3,3% nas vendas em relação a agosto (243 mil), segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), na segunda-feira (7).
O número de empregos diretos do setor sofreu uma redução de 128,2 mil trabalhadores para 127,9 mil em setembro. Só este ano já foram demitidos 2,6 mil trabalhadores e algumas empresas sinalizam com férias coletivas e lay-off (suspensão temporária de contratos de trabalho), como já anunciou a Volkswagen.
Diante da queda nas vendas internas e externas (de -0,2%, principalmente para a Argentina), a Anfavea reduziu sua projeção de aumento da produção de 9% este ano para 2,1% em relação a 2018. O setor deve encerrar o ano com produção de 2,94 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
As montadoras não têm do que reclamar. Além de não abrir mão de seu lucros e de sobrepreços, garantidos pela sua atuação em forma de cartel, ou seja, sem concorrência, as multinacionais do setor acabaram de receber mais isenções fiscais por parte do governo Bolsonaro, através do Programas e Projetos Prioritários (PPPs), que vão transferir do Tesouro Nacional algo em torno de R$ 1 bilhão para as montadoras de veículos até 2023, no âmbito do Rota 2030.
Segundo estimativa da Receita Federal, de 2008 a 2019, o governo deixará de arrecadar R$ 34,6 bilhões, em razão das benesses dadas às multinacionais do setor.